Restaurantes portugueses à espera das estrelas: Michelin entrega distinções esta terça-feira

Chegou o dia de apresentação do Guia Michelin 2022 e, com ele, os restaurantes distinguidos com as famosas estrelas. Em Portugal são já 28 as casas com o desejado símbolo da excelência gastronómica. Será que este número vai aumentar?

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Em Portugal são 28 os restaurantes distinguidos pelo Guia Michelin Nelson Garrido

Já parou a contagem decrescente. Esta terça-feira é mesmo o dia em que serão conhecidos os novos restaurantes distinguidos com as estrelas do Guia Michelin. Como sempre, não faltam apostas e palpites, mas nestes mais de cem anos desde a publicação da primeira edição para Portugal e Espanha (1910), o famoso guia vermelho já nos deixou perceber que o segredo é mesmo a alma do negócio. Mas também que gosta de surpresas.

E os tempos têm corrido de feição para a restauração e os cozinheiros portugueses. Nos últimos anos têm-se multiplicado os restaurantes estrelados, cujo número quase triplicou em pouco mais de uma década. Em 2010 havia uma dúzia de restaurantes com as famosas estrelas e apenas um deles, o algarvio Vila Joya, com a segunda. No guia de 2021 eram 28 as casas e chefs cozinheiros a ostentar o símbolo estrelado, sete dos quais com dupla estrela.

E mais, enquanto no início da década passada se concentravam sobretudo no Algarve, hoje as estrelas dão brilho à gastronomia um pouco por todo o país. Do Algarve a Viseu, de Lisboa e Porto a Bragança. E até já chegaram também à Madeira. Faltam os Açores para a cobertura total do território, mas com o avanço do turismo, a crescente ousadia da restauração que por ali se vai instalando e a excelência dos produtos locais, fácil é adivinhar que não há-de faltar muito.

Não será provavelmente já neste guia de 2022 que esta terça-feira é apresentado, ou pelo menos não tem sido referido na bolsa dos palpites, que têm apontado sobretudo para o Algarve e a zona do Tejo. Seguro parece ser que haverá novidades. “É um ano que trará certamente algo de positivo para Portugal”, limitou-se a dizer a porta-voz da Michelin para Espanha e Portugal, Mónica Rius Aymamí, sem sequer levantar ponta do véu.

E, ao contrário do que aconteceu no ano passado, com o bloqueio da pandemia, “neste ano os inspectores já puderam viajar, visitar os restaurantes e organizar o seu trabalho, que foi apenas perturbado por algumas alterações de agenda. Globalmente foi um ano positivo para Portugal”, repete Mónica.

Entre os pares dos fogões aponta-se com insistência aos nomes de Pedro Pena Bastos (restaurante Cura, Lisboa) e Louis Anjos (Palmares Golf, Lagos), se bem que outros contraponham também com a recente abertura destes espaços, já que um dos requisitos normalmente exigidos pelos inspectores é precisamente a solidez dos projectos. E se um dos critérios mais seguros para as previsões tem sido os convites que os cozinheiros recebem para estarem presentes na cerimónia, então as apostas apontam este ano também para Rodrigo Castelo e o seu Ó Balcão, em Santarém, que, ao que se sabe, é um dos convidados portugueses para a gala que tem lugar esta noite em Valência, no Leste de Espanha.

Pelo Porto é que não há quem aposte. Para Vasco Coelho dos Santos e o seu Euskalduna Studio não foi ainda desta que chegou o convite – mas há casos em que não houve convite e o restaurante recebeu a estrela –, o que parece não ter acontecido também com Julien Montbabut, do Le Monument, o restaurante de fine dining do Hotel Le Monumental, mais que natural candidato à estrela.

Já quanto a um novo duas estrelas a juntar aos sete já existentes em Portugal, esta parece ser uma hipóteses remota que, a acontecer, poderá muito bem subir o alto da Torre Vasco da Gama, na Expo, em Lisboa, onde está o Fifty Seconds by Martin Berasategui. Se não for desta, não demorará certamente, ou não fosse Berasategui o recordista de estrelas na Península Ibérica, somando já uma dúzia entre os seu vários restaurantes, dois deles com três estrelas.

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