Meter as pessoas dentro de casa foi fácil. E tirá-las?

Se as escolas reabrirem em Maio, como espero, ainda que só para alunos do secundário, o governo terá de dar garantias muito sérias de protecção aos docentes.

Situação número 1: “Vá para casa! – Não vou!” Situação número 2: “Saia de casa! – Não quero!” Até ao momento, o estado de emergência foi decretado em Portugal para fazer face à situação número 1. De um modo geral, está a ser bastante eficaz. Os portugueses foram para casa e mantêm-se em casa. Vai ser interessante verificar se o estado de emergência terá também de ser decretado para fazer face à situação número 2. Ou seja, apurar até que ponto as pessoas que abraçaram com grande empenho as medidas de contingência estarão agora disponíveis para voltar a trabalhar a partir de Maio, quando o vírus estiver ainda a circular nas nossas ruas e a ameaçar as nossas vidas. Esse vai ser o novo grande desafio do governo – e é bem possível que seja ainda mais árduo do que o primeiro. António Costa estará obrigado, muito em breve, a enfrentar em simultâneo a pandemia do vírus e a pandemia do medo do vírus, que afecta imensa gente, e com boas razões.

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