Rio contraria Costa: “Foi uma derrota da responsabilidade”

Líder do PSD acusa PS de ter como lema “primeiro a família, depois o PS e depois Portugal”

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Desta vez, Rui Rio demorou menos a reagir às declarações de António Costa LUSA/RODRIGO ANTUNES

O líder do PSD assumiu discordar do primeiro-ministro quando classificou o chumbo do texto final dos professores como a vitória da responsabilidade. “Não concordo nada. Foi uma derrota da responsabilidade do executivo e uma machadada na credibilidade dos políticos e de muitos comentadores que tudo fizeram para confundir os portugueses, que me parece que ainda não perceberam o que se passou”, disse Rui Rio, esta sexta-feira à tarde, no Porto.

O líder social-democrata falava aos jornalistas horas depois de António Costa ter dado por terminada a crise política desencadeada há uma semana por causa da aprovação de alterações ao diploma que reconhece a recuperação do tempo de carreira congelado dos professores. 

Rui Rio voltou a acusar o PS de ser incoerente ao votar contra as cláusulas financeiras propostas pelo PSD (e pelo CDS) para condicionar a contagem integral do tempo ao mesmo tempo que quis sublinhar a coerência do PSD por não ter havido duas votações do diploma. O líder do PSD manteve a tese de que a opinião pública foi “intoxicada”.

Questionado sobre por que motivo a deputada do PSD Margarida Mano não explicou o que estava em causa logo a seguir ao chumbo das cláusulas financeiras, na reunião da comissão de quinta-feira passada, Rui Rio disse não ser essa a função da deputada. “Quem define o sentido da votação é o grupo parlamentar e muitas vezes a direcção do partido. A dra Margarida Mano fez os comentários que entendeu fazer, a decisão de voto seria tomada pela direcção do grupo parlamentar e a direcção nacional”, disse. Margarida Mano, que é vice-presidente da bancada parlamentar e coordenadora do PSD na comissão de Educação, fez três declarações públicas sobre a votação, entre quinta-feira e sábado, onde nunca colocou o chumbo do travão financeiro como condição para votar contra o texto final em plenário.

Tal como tem acontecido nos últimos dias, Rio repetiu a acusação ao primeiro-ministro de ter feito uma “farsa política” num momento menos positivo da campanha eleitoral do PS. “Na prática quase conseguiu parar a campanha para as eleições europeias que lhe estavam a correr mal, apontou. Depois de já ter referido que o PS inundou o Governo com familiares, Rui Rio acusou o PS de ter um lema: “Primeiro a família, depois o PS e depois Portugal”.

Rui Rio foi ainda questionado sobre a acusação de o PSD ser a muleta do Governo. “Isso é ridículo. Eles [PCP, BE e PEV] que andaram a suportar o Governo durante 4 anos agora querem arranjar maneira de dizer que não têm nada a ver com visto”, disse. Instado a comentar a declaração de hoje do primeiro-ministro quando defendeu que o bloco central empobrece a democracia, Rui Rio disse concordar com a visão de António Costa: “Um governo PS, PSD só pode acontecer em última circunstância, em salvação nacional”.

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