Ministra israelita perfuma-se com “Fascismo” em vídeo eleitoral

Com eleições a 9 de Abril, o partido Nova Direita apostou numa estratégia arriscada que está a causar polémica em todo o mundo.

Foto
Reuters/Amir Cohen

A escassas semanas das eleições gerais em Israel, a ministra da Justiça e líder do partido Nova Direita, Ayelet Shaked, acusada de ser fascista por vários activistas e políticos de esquerda, fez um falso anúncio publicitário ironizando a acusação.

O vídeo, publicado no início desta semana, foi filmado a preto e branco e é como muitos outros anúncios publicitários de fragrâncias: uma mulher sedutora borrifa-se com um perfume de luxo num filme em câmara lenta​. Shaked, de 42 anos, é a protagonista e o nome do perfume é “Fascismo”.

No anúncio, a líder do partido expõe as suas principais políticas: “reforma judicial”, “separação de poderes” e “limitar os poderes do supremo tribunal”, são frases sussurradas em hebraico. No final, Shaked olha para a câmara e diz: “A mim, cheira-me a Democracia”, dando a entender que o nome do perfume devia ser outro, bem como as acusações que lhe têm feito.

O falso anúncio foi divulgado pelo co-fundador do partido Nova Direita, Naftali Bennett, na rede social Twitter, com a nota: “Este perfume não vai agradar aos esquerdistas”.

O que pretendia ser uma resposta irónica àqueles que a acusam de ser fascista, acabou por confundir a comunidade internacional e os israelitas que vão às urnas a 9 de Abril.

No Twitter, Anshel Pfeffer, colunista do jornal Ha'aretz, escreveu que a ministra conseguiu o que queria e chamou a atenção para o seu partido que está a cair a pique nas sondagens. Outros consideraram que o assunto é demasiado sério para ser levado como uma brincadeira, salientando que Ayelet Shaked defende políticas ultranacionalistas e autoritárias. 

Após saírem do partido Casa Judaica (direita religiosa nacionalista), Naftali Bennett (Educação) e Ayelet Shaked (Justiça) criaram o partido Nova Direita, um novo grupo que se apresenta como nacionalista, religioso e secular, na preparação para a campanha para as legislativas de 9 de Abril​. O favorito é o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, apesar de ser suspeito em três casos diferentes de corrupção. 

Sugerir correcção
Ler 3 comentários