Novo Banco: PS desafia Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque a explicarem o que correu mal

Os socialistas desafiam Pedro Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque e Sérgio Monteiro a explicarem o que correu mal na resolução do Banco Espírito Santo.

Foto
João Paulo Correia Nuno Ferreira Santos

Os socialistas defendem que o que está a acontecer ao Novo Banco, que pediu nova injecção de capital ao Fundo de Resolução de mais de mil milhões de euros, é da responsabilidade do anterior governo. Para os socialistas, "os prejuízos [apresentados pelo banco] não dizem respeito a 2018, mas são sim explicados por problemas antigos", que remontam à época em que o Banco Espírito Santo foi dividido entre banco bom e banco mau.

"Quem tem primeiramente que dar explicações é o anterior primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque e Sérgio Monteiro", responsável pela divisão dos activos do banco, disse aos jornalistas João Paulo Correia, deputado socialista, em conferência de imprensa. Para já, fica apenas o desafio para que os anteriores responsáveis se pronunciem sobre o que correu mal. O PS não dará o passo para que sejam ouvidos no Parlamento.

Para o PS, a nova administração não está em causa e os resultados negativos do Novo Banco são sobretudo explicados pela "má resolução" do banco, que manteve alguns activos tóxicos, e pela suspensão da venda do banco em 2015. "O anterior governo optou por não recorrer à linha de ajuda da troika" e "optou por suspender a venda do Novo Banco antes das eleições de 2015, para que o país não pudesse conhecer o que se passava. Se o país e os eleitores soubessem que foi uma má resolução por parte do governo e do Banco de Portugal, não só a saída não teria sido limpa como iria penalizar eleitoralmente o PSD e CDS", afirmou aos jornalistas.

De fora de responsabilidades não fica o Banco de Portugal que, disse João Paulo Correia, fez uma "deficiente supervisão" de todo o processo. 

Mário Centeno já se disponibilizou a ser ouvido pelo Parlamento acerca do assunto. Sobre a responsabilidade do actual Governo, João Paulo Correia defende a actuação do executivo lembrando que quando entrou em funções, encontrou um banco "perto da sua insolvência". Se o Novo Banco não recebesse "uma injecção de capital, não teria capacidade de cumprir os rácios de capital" e a solução a encontrar seria "mais dramática". 

Sugerir correcção
Ler 35 comentários