Negrão propõe “revisão regimental” para evitar “desmobilização” dos deputados

O líder parlamentar do PSD defende que deve haver uma revisão do número de debates em plenário e apenas para “as verdadeiras questões nacionais”.

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Fernando Negrão Nelson Garrido

O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, defende que deve haver menos debates em plenário na Assembleia da República (AR) e apenas para “as verdadeiras questões nacionais”, para evitar a “desmobilização” dos deputados, porque “a actividade dos deputados não se resume em estar no plenário e nas comissões”.

Em entrevista à TSF no dia em que completa um ano à frente da bancada, Fernando Negrão reconheceu que o momento mais difícil do seu mandato, “até do ponto de vista pessoal” foi mesmo o episódio das falsas presenças no plenário, entre elas a do secretário-geral do PSD, José Silvano.

Negrão considera “natural” que haja alguma “desmobilização” dos deputados quando o plenário discute temas como “as quotas de peixe-espada preto que deviam ser aceites em Bruxelas”, que deu como exemplo. “Ter 230 deputados na AR a discutir uma matéria destas, todos sabemos que o facto de haver uma desmobilização é natural”, justificou, para defender uma revisão do Regimento da Assembleia da República.

“O plenário devia ser usado para as verdadeiras questões nacionais, para aquelas questões que dizem mais respeito aos portugueses e que mobilizam de facto os partidos políticos e os deputados”, afirmou Negrão.

Apesar daqueles momentos difíceis que reconheceu, o líder parlamentar considera que a bancada “está a funcionar bem” e que os deputados sociais-democratas “cumpriram sempre aquilo que tinham para cumprir”.

"Não há bolsas de resistência”, afirma Negrão, quando questionado sobre as dificuldades que foram públicas, primeiro na sua eleição (ganhou com 40% dos votos apenas porque não havia mais nenhum candidato) e depois nas relações com a direcção do partido. “Foi um percurso que não foi fácil para ninguém. Houve uma espécie de disrupção no que diz respeito ao trabalho e à liderança do grupo parlamentar, mas as coisas, com o tempo, foram-se compondo. Nunca houve uma falha”, sustentou.

Negrão disse ainda que não concordou com a intenção do CDS de juntar as eleições legislativas às europeias de Maio, lembrando que o PSD “sempre defendeu a estabilidade governativa e o cumprimento dos mandatos até ao fim”.

Questionado sobre se pensava mesmo que o primeiro-ministro tem “pêlos no coração”, como disse num debate quinzenal, Negrão desvalorizou a expressão usada com o calor do debate, mas insistiu no sentido da frase: “Olhando bem para o que tem sido enquanto governante e homem de campanha eleitoral, todos sentimos que falta sensibilidade e emoção a António Costa”.

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