Descongelamento de carreiras abrangeu 350 mil trabalhadores este ano

Ministro das Finanças afirmou hoje no Parlamento que em 2019 esse número pode subir "para mais de 500 mil".

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TIAGO PETINGA/LUSA

O descongelamento das progressões, permitiu, em 2018, que perto de 350 mil trabalhadores tenham registado valorizações salariais, afirmou esta quarta-feira o ministro das Finanças, Mário Centeno, na Assembleia da República.

"Em 2019, com o novo biénio de avaliações e com o reposicionamento dos 70 mil trabalhadores com salários abaixo dos 635 euros, este número pode subir para mais de 500 mil", disse o ministro, que está ser ouvido pela comissão parlamentar de trabalho e segurança social.
Aos deputados, Centeno lembrou que a Administração Pública consome cerca de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) em emprego, organização e produção de serviços e bens.

"É necessário ter consciência desta expressão orçamental, não para afirmar que a Administração Pública custa muito, mas para melhor se compreender todo o vasto leque de investimentos que os serviços públicos representam e que têm necessariamente que ser compatibilizados com todas as necessidades que o Orçamento do Estado deve abordar", disse. "Muito tem sido feito por este Governo, muito haverá ainda a fazer", acrescentou.

No seu discurso, Centeno sublinhou que o Governo tem vindo a valorizar a Administração Pública com as medidas de reposição das 35 horas como período normal de trabalho para todos os trabalhadores, a anulação dos cortes nos salários, o final da requalificação, a reposição do pagamento das horas extraordinárias e das horas nocturnas, o descongelamento de carreiras e o combate à precariedade.

"Há cerca de mais 12 mil (mais 1,8%) funcionários públicos, só no SNS há mais nove mil profissionais (mais 7% que em 2015)", disse o governante, referindo também que a redução da precariedade na Administração Pública já permitiu a regularização de 12.675 contratos.

O ministro referiu também que a despesa com pessoal na Administração Pública aumentará 1950 milhões de euros na legislatura, e defendeu que o Governo conseguiu a "mais significativa recuperação das condições laborais em mais de 15 anos".

"Os resultados são indesmentíveis: a despesa com pessoal das Administrações Públicas aumentará 1950 milhões de euros ao longo da legislatura. Nos 13 anos anteriores (desde 2002) esta despesa aumentou apenas 170 milhões de euros. São mais 11 vezes em apenas quatro anos do que nos 13 anos anteriores", disse Mário Centeno.

O salário médio dos trabalhadores da Administração Pública aumentou, por sua vez, cerca de 20% em apenas quatro anos, acrescentou. "Só cumprindo é que um Governo tem credibilidade e traz confiança. Foi cumprindo que se conquistou a confiança no contexto nacional e o reconhecimento europeu e internacional", disse.

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