Teodora Cardoso: Aumento da dívida pública em Maio "não é relevante"

“Não é nada de especial", afirmou Teodora Cardoso, presidente do Conselho das Finanças Públicas. "O essencial é que os défices vão na direcção certa: reduzirem-se e eliminarem-se",

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LUSA/TIAGO PETINGA

A presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), Teodora Cardoso, desvalorizou hoje o aumento da dívida pública em Maio, que ocorreu devido a um empréstimo elevado para amortizações, afirmando que o essencial é continuar a redução do défice.

"Não é nada de especial", afirmou Teodora Cardoso no ciclo de conversas '30 Portugueses, 1 país', que decorreu hoje em Lisboa, porque "o que aconteceu foi que, embora o défice tenha descido consideravelmente, foi necessário amortizar dívida do passado", através de um empréstimo elevado.

A dívida pública na óptica de Maastricht atingiu em Maio 250,3 mil milhões de euros, um novo máximo histórico, revelou na segunda-feira o Banco de Portugal.

"Não é relevante", disse a economista, acrescentando que a Agência de Gestão da Dívida Pública (IGCP) procura ter uma reserva à qual pode recorrer sem ter necessidade de ir aos mercados em condições desfavoráveis.

Para Teodora Cardoso, "o essencial é que os défices vão na direcção certa: reduzirem-se e eliminarem-se", ao mesmo tempo que se reduz não só o stock da dívida, como o rácio da dívida em percentagem do PIB.

Questionada sobre se acredita mesmo que será possível ter excedentes a partir de 2020, a economista manteve a projecção do CFP, mas "com algumas condições que dependem muito do enquadramento internacional".

"Se a nível internacional correr bem, se continuarmos competitivos como temos sido, é possível", disse.

Ainda assim, "o grande problema está, apesar de tudo, nas despesas sociais e a ligação à demografia. É um risco complicado, que significa que temos de ser muito cuidadosos nas políticas sociais", defendeu.

Teodora Cardoso disse ainda que não vê riscos na necessidade de um novo programa de ajustamento, considerando que Portugal "aprendeu a lição" e que "as coisas estão a correr bem".

Ainda assim, a economista considerou que existem "riscos sérios", sobretudo internacionais, e que estão "na loucura dos outros", referindo que "tudo o que acontece nos Estados Unidos leva o resto do mundo atrás".

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