Passos: Portugal não pediu flexibilização do défice, mas poderá fazê-lo

Se “as circunstâncias o vierem a recomendar”, o Governo não exclui pedir “uma flexibilidade adicional” para 2014, diz o primeiro-ministro.

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Passos Coelho recebeu Jeroen Dijsselbloem nesta segunda-feira em São Bento José Manuel Ribeiro/Reuters

O Governo português não fez nenhum pedido de flexibilização da meta para o défice de 2014, nem colocou em cima da mesa qualquer valor, mas poderá vir a fazê-lo, afirmou nesta segunda-feira o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

“Não só não foi feito nenhum pedido nesse sentido, como eu próprio transmiti hoje ao presidente do Eurogrupo, quanto ainda menos estar a falar de valores precisos para a revisão do défice”, declarou Passos Coelho aos jornalistas, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

O chefe do executivo PSD/CDS-PP, que nesta manhã se reuniu com o presidente do Eurogrupo, referiu ter dito a Jeroen Dijsselbloem o mesmo que disse na Assembleia da República na sexta-feira: “Não podemos, desde já, excluir que Portugal não possa vir a necessitar de flexibilizar as metas do défice para 2014, mas faremos tudo o que está ao nosso alcance para cumprir as metas que foram agora acordadas no sétimo exame regular.”

“Eu nunca coloquei valores para o défice nesta altura, isso não está em discussão nesta altura. Eu quis sinalizar apenas, e quis sinalizá-lo perante as instituições europeias também, que não excluímos a possibilidade de vir a pedir uma flexibilidade adicional em matéria de défice para o próximo ano, se as circunstâncias o vierem a recomendar”, acrescentou o primeiro-ministro.

Passos Coelho não esclareceu que circunstâncias poderão motivar um pedido por parte do Governo português de flexibilização da meta que foi acordada para o défice de 2014: de 4% do Produto Interno Bruto (PIB).

No seu entender, houve “um salto lógico muito grande” entre as suas afirmações no debate quinzenal de sexta-feira “e aquilo que a própria comunicação social durante estes últimos dias veiculou, colocando até números à frente do valor para o défice”.

“Isso não está em cima da mesa nesta altura. Sinalizei que, se isso tiver de acontecer, o Governo não deixará de o solicitar. Se o tiver de fazer, não deixará de o fazer”, reiterou.
 
 
 

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