Moody’s baixa rating da dívida sénior do Novo Banco

Expectativa de os obrigacionistas assumirem perdas na operação ligada à venda da instituição leva a agência a reduzir nota do Novo Banco.

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A venda do Novo Banco foi formalizada na sexta-feira pelo governador do banco central Enric Vives-Rubio

A agência de notação financeira Moddy’s cortou o rating da dívida sénior sem garantia de longo prazo do Novo Banco, por causa dos contornos, ainda por esclarecer, da venda da instituição, que implica uma operação de troca de actuais obrigações para recapitalizar o banco em 500 milhões de euros.

Perante a “expectativa de perdas” que os obrigacionistas seniores do Novo Banco terão de assumir, ao serem forçados a substituir os seus títulos por obrigações subordinadas ou perpétuas, de maior risco, o rating atribuído a esta dívida passou a estar classificado no nível Caa2 (o quatro nível mais baixo numa escala de 21 degraus).

A decisão foi anunciada nesta quarta-feira pela agência. O rating dos depósitos de longo prazo foi colocado sob revisão, para uma possível alteração em baixa (mantendo-se para já inalterado).

A avaliação do risco de crédito também foi cortada e, diz a agência, poderá ser revista em alta apenas se o Novo Banco concluir com sucesso a operação de troca e “demonstrar que a sua situação de solvência melhorou substancialmente sem a perspectiva de haver perdas adicionais para os credores”.

Já a classificação atribuída aos depósitos de curto prazo não é afectada pelas decisões conhecidas esta quarta-feira, 5 de Abril.

O que leva a agência a rever em baixa o rating da dívida sénior – e a colocar este rating sob revisão para uma nova possível descida – são as implicações da troca de dívida, que é uma condição essencial para se concretizar a venda de 75% do Novo Banco aos norte-americanos da Lone Star, mediante uma injecção de capital de mil milhões de euros e assim evitar que a instituição que nasceu com a queda do BES entre em liquidação.

O objectivo da troca de dívida é conseguir, através da conversão dos títulos em obrigações perpétuas, reforçar o capital do Novo Banco em 500 milhões de euros. Embora a operação seja voluntária, a venda ao Lone Star está dela dependente e o cenário alternativo traçado pelas autoridades passa pela liquidação, o que implicaria perdas superiores para os obrigacionistas.

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