China apoia “reconhecimento total” da Palestina e insiste na solução de dois Estados

Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês disse que a China “vai insistir” na solução de dois Estados para garantir a “coexistência pacífica” entre israelitas e palestinianos.

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Wang Yi acrescentou que a China "vai insistir" na solução de dois Estados EPA/ANDRES MARTINEZ CASARES
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A China apoia o “reconhecimento pleno” da Palestina como Estado na ONU, afirmou esta quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, em conferência de imprensa. A China “vai insistir” na solução de dois Estados para garantir a “coexistência pacífica” entre israelitas e palestinianos, acrescentou.

“O actual conflito israelo-palestiniano já causou mais de 100 mil vítimas civis. Esta catástrofe humana é uma tragédia para a Humanidade e uma vergonha para a civilização. Nada justifica a morte de civis e a comunidade internacional deve actuar para promover um cessar-fogo imediato”, afirmou o responsável, à margem do Congresso Nacional do Povo, a decorrer esta semana em Pequim.

O diplomata chinês afirmou que a assistência humanitária “deve ser garantida” em Gaza, “uma calamidade” que mostra que “a longa ocupação dos territórios palestinianos é um facto que não deve continuar a ser ignorado”. “A aspiração dos palestinianos a um Estado independente não pode continuar a ser ignorada. Não se pode permitir que a injustiça histórica com os palestinianos fique por corrigir. Restaurar a justiça para o povo palestiniano e implementar plenamente a solução de dois Estados é a única forma de quebrar o círculo vicioso dos conflitos israelo-palestinianos”, considerou.

Wang garantiu que a China vai continuar a “apoiar firmemente” a “causa justa do povo palestiniano”, bem como o pleno reconhecimento como Estado na ONU. “Apelamos a alguns membros do Conselho de Segurança para que não sejam um obstáculo no caminho para se alcançar este objectivo. Acreditamos que a Palestina e Israel devem retomar as conversações de paz o mais rapidamente possível para atingir o objectivo final de uma coexistência pacífica como dois Estados e para que os povos árabe e judeu vivam em harmonia como dois grupos étnicos”, afirmou.

A China está empenhada no “compromisso e na solução política para resolver desacordos e disputas” e evitar “o uso da força ou de pressões e sanções”. “O que é necessário é o diálogo com a máxima paciência, procurando um terreno comum que satisfaça as necessidades de todas as partes em todas as questões polémicas. A China promove sempre as conversações para a paz. A China nunca atira achas para a fogueira”, sublinhou.

Nos últimos meses, o país asiático apelou a “todos os esforços possíveis para proteger os civis e evitar uma catástrofe humana ainda mais grave”.

Pequim manifestou igualmente o apoio à “causa justa do povo palestiniano para restaurar os seus direitos e interesses legítimos” e à “solução dos dois Estados”, tendo responsáveis chineses realizado numerosas reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou tentar fazer avançar as conversações de paz.

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