Todas as crianças merecem receber um brinquedo

Em vez de um velho barbudo, aqui é um rapaz que distribui presentes a todos os miúdos que não conseguem obtê-los. A lembrar que a verdadeira magia é a da vida real.

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“Guiados pelos pirilampos que agora iluminavam a noite, o Nicolau e os seus pequenos ajudantes entregaram, finalmente, os presentes a todas as crianças da cidade” David Litchfield
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“Quando já tinha idade, o Nicolau começou a trabalhar na Loja de Brinquedos dos Irmãos Claus todos os dias” David Litchfield
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“Cada brinquedo feito pelos Irmãos Claus tinha um brilho especial” David Litchfield
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“Depois de deixarem o primeiro presente, o Nicolau e a Laura treparam pela chaminé acima e regressaram ao trenó“ David Litchfield
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“É nessas alturas que a verdadeira magia, a da vida real, acontece” David Litchfield
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“... este final feliz foi, na verdade, apenas o início” David Litchfield
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Capa do livro O Rapaz Natal da Loja de Brinquedos dos Irmãos Claus, editado pela Fábula/Penguin Random House Portugal David Litchfield

Um rapaz chamado Nicolau teve a sorte de pertencer a uma família feliz e com recursos. Felicidade maior: “Nasceu rodeado de amor. E de brinquedos, claro. Muitos, muitos brinquedos.” Isto porque o menino tinha três tios, conhecidos como os Irmãos Claus, que “eram os melhores fabricantes de brinquedos do mundo inteiro”.

Era assim que distribuíam as tarefas entre si, na oficina que ficava por trás de uma porta misteriosa ao fundo da loja: o tio João fazia os brinquedos, o tio Luís testava-os e o tio Daniel acrescentava-lhes… “Qual é termo técnico para isto? Ah, sim! Magia. O tio Daniel acrescentava magia.”

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“O tio João fazia os brinquedos, o tio Luís testava-os e o tio Daniel acrescentava-lhes… magia” David Litchfield

Através da montra, Nicolau via crianças que não se atreviam a entrar na loja, mesmo que ele as convidasse a fazê-lo. Não entendia.

Na véspera de Natal, a loja fechou mais cedo e o rapaz decidiu perseguir aquelas crianças. Ao dar-se conta da pobreza em que viviam, “prometeu a si próprio que daria um presente a todas as crianças que ali estavam — aliás: a todas as crianças da cidade! —, para que elas se sentissem felizes, nem que fosse apenas por um dia”.

Com a ajuda dos Irmãos Claus, que até um trenó sofisticado tinham construído, o AQUILA 3000, encheram-se os sacos de brinquedos e Nicolau rumou às casas onde havia crianças, pobres ou não.

Não correu logo tudo bem. Primeiro, não se lembrou de que poderia entrar pelas chaminés para entregar os presentes, pelo que tentou frustrantemente usar as janelas e as portas; depois, esqueceu-se das cenouras para alimentar as renas e assim elas não conseguiam ver no escuro.

A magia da vida real

Desesperou, pensando que jamais encontraria o caminho na noite escura. “Eu só queria que todas as crianças se sentissem felizes, mesmo que apenas por um dia, e estraguei tudo”, disse a Laura, umas das meninas que viviam em condições miseráveis.

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“Eu só queria que todas as crianças se sentissem felizes, mesmo que apenas por um dia, e estraguei tudo” David Litchfield

É então que se dá um milagre de Natal: “É nessas alturas que a verdadeira magia, a da vida real, acontece.” Não sendo outra do que a de poder contar com os amigos. E ainda ganhar outros.

Um livro sobre empatia e bondade (não confundir com caridadezinha), escrito e ilustrado por David Litchfield, que mistura técnicas tradicionais com ferramentas de natureza digital. A sua primeira obra para a infância, O Urso e o Piano, foi publicada em 30 línguas e venceu o Prémio Waterstones para Melhor Livro Ilustrado. Tem vários livros editados em Portugal pela Fábula/Penguin Random House.

Depois do êxito desta acção, planos maiores se desenharam na loja de brinquedos dos Irmãos Claus para a véspera de Natal do ano seguinte. Iriam alargar a distribuição de presentes a todas as crianças do mundo, não apenas às da sua cidade. Porque todas merecem receber um brinquedo.
Ou, já agora, um livro. Este, por exemplo.

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