Jornalista que interrompeu noticiário da televisão estatal fugiu da Rússia

Marina Ovsyannikova está num país europeu, mas o seu advogado diz que não é seguro dar mais informação, por agora.

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Marina Ovsyannikova encenou um protesto em directo na televisão estatal russa EPA/DSK

A jornalista russa Marina Ovsyannikova, que em Março interrompeu o principal programa de notícias do Canal 1, da televisão estatal russa, empunhando um cartaz de protesto contra a guerra, fugiu da Rússia. Acusada de espalhar notícias falsas sobre a guerra na Ucrânia, Ovsyannikova estava em prisão domiciliária.

Segundo o advogado Dmitri Zakhavatov, Ovsyannikova e a filha abandonaram a Rússia horas depois de terem saído de casa, onde a jornalista se encontrava detida. O filho ficou no país. “Estão na Europa, agora”, disse Zakhavatov, sob a protecção de um país europeu.

“Estão bem. Estão à espera até poderem falar publicamente, por agora não é seguro”, acrescentou, citado pela Reuters.

Ovsyannikova, de 44 anos, foi colocada em prisão domiciliária em Agosto, depois de ter exibido perto do Kremlin um cartaz com a frase “Putin é um assassino. Os seus soldados são fascistas”. Na Rússia, enfrenta até dez anos de prisão, acusada de espalhar notícias falsas sobre a guerra na Ucrânia, em virtude de leis aprovadas dias depois do início da invasão.

Em Março tinha exibido um cartaz contra a guerra durante um programa de notícias em directo do Canal 1, da televisão estatal russa: “Estão a mentir-vos” e “Parem a guerra”, dizia.

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