João Leão prevê que crescimento do PIB fique “acima dos 4,5%” em 2021

Após a melhoria da notação da dívida da República pela Moody’s, João Leão avançou esta noite que perspectiva governamental de crescimento económico para este ano melhorou face aos 4% espelhados no Programa de Estabilidade.

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Em Abril, quando apresentou o Programa de Estabilidade, Governo assumiu uma estimativa de crescimento de 4% este ano LUSA/TIAGO PETINGA

O Governo vai rever em alta as perspectivas de crescimento económico para este ano e para o próximo, apontando que este fique acima dos 4,5% em 2021, disse o ministro das Finanças à Lusa. A confirma-se a perspectiva, ela revê em alta a estimativa que o Governo inscreveu, em Abril, no Programa de Estabilidade que entregou à comissão Europeia, de crescimento de 4% do PIB em 2021.

“Contamos rever em alta as perspectivas de crescimento económico para este ano e para o próximo ano. Contamos, este ano, que a economia cresça bastante acima dos 4% inicialmente esperados, que fique [até] acima dos 4,5% do PIB [Produto Interno Bruto], o que é um crescimento bastante significativo”, referiu João Leão em declarações à Lusa a propósito da subida, esta sexta-feira, do rating de Portugal pela Moody’s de Baa3 para Baa2.

PÚBLICO -
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Há um dia, Conselho das Finanças Públicas (CFP) também melhorou a previsão de crescimento para a economia portuguesa para 2021. Contra os 3,3% estimados em Março, a instituição liderada por Nazaré Costa Cabral apresentou esta quinta-feira um previsão de crescimento do PIB português de 4,7% em 2021.

O novo cenário macroeconómico que acompanhará a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) – a apresentar no Parlamento a 11 de Outubro – também trará uma revisão em alta das perspectivas para o mercado de trabalho, já que as expectativas sobre a evolução do emprego e o desemprego são mais positivas do que o Governo antecipou quando apresentou o Programa de Estabilidade, assegurou João Leão à Lusa.

O ministro das Finança referiu, contudo, que está ainda a ser feita a avaliação global do impacto de todos estes factores nas contas públicas, destacado que, se por um lado, a despesa imposta pelo combate à pandemia foi além do que estava inicialmente orçamentado, por outro, a recuperação da economia e do mercado de trabalho (e as receitas associadas ao IRS e contribuições para a Segurança Social) tem também corrido melhor do que o esperado.

Sobre a eventual maior margem para desenhar o OE2022 que decorre de alguns indicadores estarem a evoluir de forma mais positiva, referiu que o importante é assumir que se tomam decisões que permitem melhorar a vida dos portugueses, sem que seja preciso “dar passos atrás”.

As perspectivas de evolução da economia, do emprego e do desemprego mais positivas, conjugadas com uma “gestão orçamental que é responsável e sustentável” ajudaram a fundamentar, segundo João Leão, a melhoria do rating da dívida pública portuguesa anunciada pela agência de notação financeira norte-americana Moody’s.