“Ninguém está de férias”, avisa ministro da Educação

Professores e pessoal não docente vão ter de continuar a apresentar-se nas escolas, sempre que necessário, enquanto vigorar o período de suspensão de aulas, a partir de segunda-feira.

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Dois milhões de alunos serão abrangidos pela suspensão de aulas em todos os graus de ensino Enric Vives-Rubio (arquivo)

O ministro da Educação anunciou nesta sexta-feira que os professores e pessoal não docente vão ter de continuar a apresentar-se nas escolas, sempre que isso seja necessário, enquanto vigorar a suspensão de todas as actividades lectivas e não lectivas presenciais que o Governo decretou a partir da próxima segunda-feira e até ao início das férias da Páscoa. “Ninguém está de férias”, frisou Tiago Brandão Rodrigues na conferência de imprensa do Conselho de Ministros, que aprovou hoje um pacote de medidas em várias áreas para enfrentar a actual pandemia do novo coronavírus em Portugal.

A partir de segunda-feira serão suspensas as aulas presenciais em todos os graus de ensino, do primeiro ciclo do ensino básico ao ensino universitário, uma medida que abrange quase dois milhões de alunos de todo o país. Creches e ATL são igualmente abrangidos pelas restrições hoje impostas pelo Governo, que têm a duração de duas semanas mas que na prática serão quatro, uma vez que “colam” com as férias da Páscoa marcadas para o período entre 30 de Março e 13 de Abril.

Apesar de as aulas serem suspensas, insistiu Brandão Rodrigues, “os funcionários e professores não estão de férias” e por isso deverão ir trabalhar, sempre que seja necessário. Parte do trabalho dos professores poderá ser feito a partir de casa, mas podem ser chamados à escola. Essa gestão será feita pelos directores de cada escola. 

“Vamos ter todos de trabalhar. O país vai ter todo de trabalhar. Mas podemos trabalhar de uma maneira diferente, reduzindo a interacção. Há boas práticas para que as pessoas possam continuar nos seus postos de trabalho”, disse o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, um dos cinco ministros a quem coube apresentar o lote de medidas aprovadas pelo Governo para tentar estancar a propagação do novo vírus no país.

Tiago Brandão Rodrigues sugeriu que alguns dos encontros nas escolas passem a realizar-se em regime de teletrabalho ou videoconferência, mas defendeu que a ausência de alunos do espaço escolar já permitirá aos funcionários e professores um maior distanciamento social.

O ministro da Educação anunciou que reunirá hoje mesmo com as associações de directores para delinear um conjunto de estratégias que garantam a ocupação dos alunos enquanto vigorar a medida, que será reavaliada a 9 de Abril. Uma hipótese de trabalho passa pelo fomento do ensino à distância, com a disponibilização de recursos digitais aos alunos que o ministro disse estarem já a ser trabalhados com empresas e editoras.

Algumas escolas poderão também permanecer abertas para os alunos beneficiários da acção social escolar que têm as suas refeições asseguradas pelas cantinas escolares, disse ainda Brandão Rodrigues, acrescentando que essas respostas poderão também ser asseguradas por autarquias e outras estruturas do sector social.

Sobre os impactos na avaliação e num eventual ajustamento do calendário escolar a pensar na época dos exames, o ministro da Educação disse que nenhuma alteração está, para já, em cima da mesa. “Neste momento nada nos leva a pensar numa alteração ao calendário escolar”, referiu.

Notícia actualizada às 14h14

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