Tribunal quer ouvir banqueiro Carlos Silva dentro de duas semanas

Testemunha central da Operação Fizz tem inquirição presencial marcada para a primeira semana de Março.

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Carlos Silva (à esquerda) a entrar para uma assembleia de sócios do BCP Tiago Petinga

Os juízes da Operação Fizz agendaram para 6,7 e 8 de Março a inquirição em Portugal do banqueiro angolano Carlos Silva, testemunha central do processo.

Carlos Silva tinha-se disponibilizado para prestar declarações através de videoconferência, mas o tribunal pretende ouvi-lo presencialmente. Resta saber se o conseguirá.

Em 2011 o banqueiro contratou o procurador português Orlando Figueira para este sair do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e ir trabalhar para uma empresa do grupo Banco Privado Atlântico, que dirigia. Mas o magistrado e hoje arguido no caso Operação Fizz começou por ser contratado pelo Banco Comercial Português, do qual Carlos Silva também era accionista. Segundo a acusação de que é alvo Orlando Figueira, estes contratos eram fictícios: serviam apenas para justificar o pagamento de luvas ao procurador, por este ter arquivado investigações que tinha em mãos nas quais o vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, figurava como suspeito.

Nas declarações que prestou em julgamento, o ex-procurador defendeu várias vezes que quem devia ser arguido era o banqueiro Carlos Silva, por o ter aliciado a sair do DCIAP quando, na realidade, quereria simplesmente afastá-lo das investigações relacionadas com os interesses angolanos. Depois deste depoimento, Carlos Silva fez um comunicado a desmentir o arguido, que acusou de tentar “adulterar a realidade” de forma “oportunista” e com base em “insinuações falsas". E assegurou nunca lhe ter oferecido trabalho. 

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