A factura da CGD no défice chega no final de Março

Um agravamento significativo do défice parece quase inevitável. Mário Centeno, ainda antes de ser presidente do Eurogrupo, afirmou não ter “grandes preocupações com o assunto”

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LUSA/MÁRIO CRUZ

A operação foi feita no início de 2017, mas será só no final de Março de 2018 que se ficará a saber exactamente de que forma é que a operação de capitalização da CGD irá ter impacto no défice do ano passado. Para já, um agravamento significativo do défice parece quase inevitável.

Depois de meses de hesitações, tudo ficará decidido em dois passos. Primeiro, o Eurostat publica novas recomendações sobre a contabilização deste tipo de operações. Depois, perto do fim de Março, o Instituto Nacional de Estatística apresenta oficialmente o valor do défice, incluindo o efeito CGD.

A expectativa neste momento é a de que as autoridades estatísticas levem em consideração os prejuízos acumulados pela CGD nos últimos anos e incluam no défice a grande maioria ou mesmo a totalidade dos 3940 milhões de euros injectados. O que isto significa é que ao défice de 1,2% estimado neste momento pelo Governo será preciso acrescentar um valor próximo de 2,1% do PIB. Resultado: um défice outra vez acima dos 3%.

Será isto um problema para a relação do Governo com Bruxelas? Mário Centeno, ainda antes de ser presidente do Eurogrupo, afirmou não ter “grandes preocupações com o assunto”, já que considera que, mesmo que o défice seja penalizado, tal "não terá impacto na avaliação" da Comissão Europeia a Portugal.

De qualquer forma, o impacto nas contas públicas está inevitavelmente presente, por via de um aumento da dívida e consequente agravamento da despesa com juros.

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