Até terça-feira há mais meios aéreos. Número de operacionais mantém-se

Tempo seco e quente pelo menos até domingo, prevê o IPMA. Somado à seca do território, dispara o risco de incêndio em todo o país.

Foto
Governo reforça meios aéreos devido ao maior risco de incêndio em todo o país Manuel Roberto / Publico

À porta de um fim-de-semana de alerta para o risco de incêndio, a Protecção Civil deixa um aviso: em caso de fogo, “as chamas podem evoluir com grande rapidez” e “enorme dimensão”. O Governo tem mais meios aéreos disponíveis até terça-feira. Já o número de operacionais é o mesmo.

São 6646 os operacionais que integram o dispositivo de combate a incêndios até terça-feira, número que se mantém inalterado desde 10 de Outubro — antes dos incêndios do fim-de-semana em que os fogos mataram 45 pessoas. Nessa altura, o Governo colocou no terreno mais 840 bombeiros, explicou Patrícia Gaspar, adjunta do comando nacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil.

Entretanto, o executivo duplicou os meios aéreos disponíveis para combate a incêndios rurais, com mais 13 helicópteros e quatro aviões médios anfíbios. Até ao final do mês, há 35 meios aéreos e 86 equipas das Forças Armadas — com dois a três elementos cada — a fazer a vigilância e a actuar como “presença dissuasora” nos locais de risco de incêndio, sublinhou Patrícia Gaspar.

Os militares tem a cargo o “patrulhamento ostensivo” em todos os distritos do continente, trabalho que também é feito por agentes da GNR e da PSP, a quem a Protecção Civil pediu para reforçar a vigilância dos terrenos florestais. Para esse efeito, a GNR alocou cinco mil militares, 2100 dos quais para os concelhos de maior risco, além dos 288 vigilantes da Rede Primária de Postos de Vigia, adiantou em comunicado.

Os meios aéreos vão estar disponíveis até terça-feira em Vila Real, Viseu, Braga, Fafe, Alfandega da Fé, Armamar, Águeda, Guarda, Cernache, Proença-a-Nova, Pernes, Portalegre, Ourique, Grândola e Monchique.

Se são suficientes, “é subjectivo” e depende da “sorte”, diz o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses. Para Jaime Marta Soares, “se não houve crime nem ignições na floresta [por mão criminosa], os meios chegam para tudo quanto for preciso”. O cenário muda de figura se “se repetir o cenário criminoso” dos dias 15 e 16, quando os fogos mataram 45 pessoas. Aí será “preciso injectar mais meios no terreno”, acredita.

Calor e ventos fortes

Já deu para perceber que os valores de temperatura, em especial da máxima, estão muito acima do normal para o final do Outubro. As temperaturas escalaram nos últimos dois dias e, até domingo, o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA) espera que as máximas não baixem dos 30 graus Celsius em grande parte do país. Ao tempo quente e seco somam-se os ventos fortes e valores baixos da humidade relativa do ar. Segundo as previsões, chuva só na sexta-feira.

Se juntarmos isto à seca extrema ou severa dos terrenos e dos combustíveis florestais, estão reunidas as condições para um fim-de-semana com muitos concelhos com risco elevado ou máximo de incêndio. “Estamos no período crítico até 31 de Outubro”, recorda o IPMA.

A Protecção Civil já avisou que é proibido fazer queimadas, fumar e fazer lume em espaços florestais, queimar matos cortados ou amontoados e utilizar equipamentos de queima e de combustão — quer seja para iluminar ou cozinhar — e ainda lançar balões com mecha acesa ou foguetes. Um apelo repetido nesta sexta-feira pelo ministro da Administração Interna.

Por sua vez, Jaime Marta Soares apela aos incendiários para “pararem e verem o que estão a fazer a um país e um povo”. Facto é que a “floresta está sensível aos incêndios” e os próximos dias “são de elevado risco”, diz o presidente da Liga dos Bombeiros, cujo congresso começou esta sexta-feira e decorre até domingo, em Fafe.

Marta Soares defende-se das críticas por não adiar o congresso, num momento de alerta de risco de incêndio. A decisão de adiamento caberia à comissão organizadora, mas assume que a sua direcção não mexeu “uma agulha para adiar ou não o evento”. Porque, entende Marta Soares, “no congresso estarão presentes comandantes, que sabem que os seus quadros de comando têm mais elementos preparados para dar uma resposta imediata”.

Previsões de chuva só a partir de sexta

O tempo vai manter-se quente e seco. No fim-de-semana as temperaturas vão descer ligeiramente no Norte e Centro devido à entrada de uma massa de ar mais frio, explicou à Lusa a meteorologista do IPMA Patrícia Gomes. Mas só no domingo se prevê que o território fique com temperaturas máximas abaixo dos 30 graus Celsius.

E nada de chuva. Segundo a meteorologista, continua a prever-se céu pouco nublado ou limpo, vento fraco a moderado ainda a predominar do quadrante leste e a soprar moderado a forte nas terras altas e ausência de precipitação.

“Na segunda-feira, prevê-se céu pouco nublado ou limpo e vento moderado a forte nas terras altas”, acrescentou. De acordo com a informação que existe neste momento, aponta a meteorologista, há possibilidade da chuva regressar a partir da próxima sexta-feira, dia 3 de Novembro. Com Lusa

Sugerir correcção
Comentar