Nuno Amado defende que a Fosun "dá estabilidade e confiança diferente ao BCP"

O presidente do BCP considera que a entrada da Fosun no capital do banco reforça a estabilidade accionista. Sinergias com o grupo chinês vão abrir novos negócios e mercados.

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Quanto à intenção de voltar a distribuir dividendos aos accionistas a partir de 2018, Nuno Amado jogou à defesa Rui Gaudencio

"O BCP ganha porque os administradores [LinJiang Xu e João Nuno Palma, aprovados esta quarta-feira em reunião magna do banco] não só têm qualidade por si, mas também porque representam o novo accionista, que é a Fosun. E a Fosun dá-nos, de facto, uma estabilidade e uma confiança diferente", disse à Lusa Nuno Amado no final dos trabalhos da assembleia-geral (AG) anual da instituição financeira.

"Dá-nos” também, continuou, “um alargamento da nossa base de trabalho - chamemos-lhe assim - para áreas e para negócios que até agora não cobríamos. Pensamos que, a prazo, não é uma coisa imediata, mas, a prazo, vamos conseguir aproveitar essa presença e esse contributo", assinalou.

Questionado sobre as sinergias possíveis com a Fosun que, com 25%, é o maior accionista do BCP, Nuno Amado apontou para várias oportunidades. "Nos mercados onde nós estamos e onde eles estão, nos diversos segmentos e nas diversas áreas. Temos possibilidades em negócios e em mercados", vincou o gestor.

"Por exemplo, o mercado da Ásia, nós não cobrimos, mas podemos cobrir. E há, obviamente, no estrangeiro, onde nós estamos, especialmente, em áreas de negócio que eles conhecem melhor do que nós - porque não estamos nessas áreas - e seguramente vai haver sinergias e interesses comuns".

Sobre os trabalhos da AG de hoje, Nuno Amado considerou que foram "muito positivos", destacando a "elevadíssima aprovação dos diversos pontos, não só em percentagem de votos mas também em número de accionistas presentes".

O gestor assinalou que estiveram "mais de 500 accionistas representados e mais de 100 accionistas presentes, pelo que foi uma elevadíssima taxa de participação, o que é positivo para o banco e também para o trabalho que está a ser feito".

Nuno Amado sublinhou que "houve muita participação dos accionistas, mas correu muito bem" a AG, que decorreu no Tagus Park, deixando ainda algumas palavras sobre o futuro do banco.

"Não foi um ano fácil, 2016 foi para o BCP um ano difícil, complexo, exigente e, dentro desse enquadramento, acho que a reunião correu muito bem. Espero que 2017 seja um ano algo melhor, bastante melhor, do que em 2016, de modo a que em 2018 possamos atingir plenamente a normalidade, que é também quando terminam completamente as restrições que temos face à Direcção Geral da Concorrência [da Comissão Europeia]", afirmou.

Quanto à intenção de voltar a distribuir dividendos aos accionistas a partir de 2018, Nuno Amado jogou à defesa. "Os dividendos só depois de ganharmos suficientemente dinheiro, termos rentabilidade adequada, para podermos pensar nisso. Primeiro, temos que ter a rentabilidade e é nisso que estamos a trabalhar", rematou. 

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