Poupança das famílias representa 9,2% da dívida pública

No último ano, os produtos do Estado atraíram 3557 milhões de euros, abaixo da meta desejada.

No ano passado, as famílias aplicaram 3557 milhões de euros em produtos do Estado, elevando a 20.791 milhões de euros o total aplicado em dívida pública, o que corresponde ao valor mais alto de sempre. A contribuição dos particulares representa 9,2% do total do endividamento nacional no final de Novembro (dados do IGCP, a agência que gere a dívida pública).<_o3a_p>

A percentagem de dívida detida pelas famílias subiu face a 2014, ano em que correspondia a 7,9%.<_o3a_p>

O total captado junto das famílias em 2015 não cumpre os objectivos do IGCP, revistos em alta em Setembro (por causa dos atrasos na venda do Novo Banco) para 3800 milhões de euros. Ficaram a faltar 272 milhões de euros.<_o3a_p>

No entanto, o valor angariado supera em 557 milhões de euros a meta inicialmente fixada pela agência liderada por Cristina Casalinho, que era de três mil milhões de euros.<_o3a_p>

Para o cumprimento da nova meta, o IGCP também contava com o novo produto de captação de poupança privada, anunciada em Setembro e assente em obrigações do tesouro, as Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV). Contrariamente às expectativas de lançamento ainda em 2015, este produto ainda aguarda melhores condições de mercado para ser lançado.<_o3a_p>

Para 2016, o IGCP estima que a contribuição dos produtos de retalho se fique por 1,7 mil milhões de euros.<_o3a_p>

Em Dezembro, e de acordo com os dados do Boletim Estatístico do Banco de Portugal, as famílias subscreveram 233 milhões de euros, acima dos 160 milhões de euros aplicados em Novembro.<_o3a_p>

Do total, os Certificados do Tesouro Poupança Mais absorveram 225 milhões de euros, ou seja, a quase totalidade das aplicações. A taxa de rentabilidade, que se situa actualmente em 3,25% brutos, explica esta preferência.<_o3a_p>

A subscrição líquida de velhos Certificados de Aforro é quase nula, por causa da taxa de remuneração e do peso dos resgates. O saldo aumentou em 18 milhões de euros, mas contando com 10 milhões de euros de capitalizações do stock existente. Na prática, as subscrições líquidas ficaram-se por oito milhões de euros.<_o3a_p>

A remuneração deste produto está actualmente em 0,869% brutos, uma taxa que tem sido influenciada pela Euribor a três meses, a acumular valores negativos desde Abril do ano passado.<_o3a_p>

Apesar da quebra de remuneração dos produtos do Estado aplicada no ano passado, os juros oferecidos pelos depósitos bancários continuam muito baixos, sem concorrência face aos produtos de dívida pública em termos de retorno da poupança aplicada. Em Novembro, a taxa média dos depósitos voltou a fixar novo mínimo histórico, em 0,55%.<_o3a_p>

Recentemente, o  Governo anunciou alterações ao concurso da Factura da Sorte, passando a atribuir certificados de aforro em vez de automóveis, de forma a permitir dinamizar a poupança (com um produto que tem sido batido pelos Certificados do Tesouro), e garantir mais uma fonte de financiamento da sua própria dívida.<_o3a_p>

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