Aplicações em certificados do Estado superaram os 200 milhões em Dezembro

Valor captado ao longo do ano excede a primeira meta fixada pelo IGCP e falha a segunda.

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Dezembro voltou a ser um bom mês para os produtos do Estado. Manuel Roberto

As famílias voltaram a acelerar o ritmo de subscrição dos produtos de poupança do Estado em Dezembro, que totalizaram 233 milhões de euros, mas sem conseguir cumprir a meta fixada pelo Estado, que é de 3800 milhões de euros.

Para cumprir os objectivos revistos em alta em Setembro, por causa dos atrasos na venda do Novo Banco, seriam necessários mais 272 milhões de euros. Mas face à meta inicial, de três mil milhões de euros, o valor captado ao longo do ano superou a meta em 557 milhões de euros.

Para o cumprimento da nova meta, o IGCP também contaria com o novo produto de captação de poupança privada, anunciada em Setembro e assente em obrigações do tesouro, as Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV), que aguardam melhores condições de mercado para o seu lançamento.

Em Dezembro, que é tradicionalmente bom na subscrição dos produtos, por efeito das prendas em dinheiro e do subsídio de Natal, voltou a verificar-se uma preferência quase total pelos Certificado do Tesouro Poupança Mais, ao atrair 225 milhões de euros. De acordo com os dados do Boletim Estatístico do Banco de Portugal, o saldo actual é agora de 7926 milhões de euros.

A subscrição líquida dos velhos Certificados de Aforro é quase nula, por força dos resgates. O saldo aumentou 18 milhões de euros, mas contando com 10 milhões de euros de capitalizações do stock existente. A baixa remuneração é um dos factores que está na origem da forte saída de poupança.

No total, os portugueses têm confiado ao Estado 20.719 milhões de euros, o valor mais alto de sempre.

Recentemente, o Governo anunciou alterações ao concurso da Factura da Sorte, passando a atribuir certificados de aforro em vez de automóveis, de forma a permitir dinamizar a poupança (com um produto que tem sido batido pelos Certificados do Tesouro), e garantir mais uma fonte de financiamento da sua própria dívida.

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