Falsas ameaças repetem-se pela Europa após ataques em Paris

Após os atentados de Paris, houve vários alertas de bomba ou para objectos suspeitos, a maioria em cidades europeias, incluindo Lisboa. Nenhum se revelou verdadeiro.

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Todas as ameaças estão ser levadas a sério pelas autoridades, receando-se novos atentados DIRK WAEM/AFP

Depois de 13 de Novembro, dia dos atentados em Paris, as autoridades da maioria dos países ficaram em alerta máximo para a possibilidade de outros ataques. Nos últimos cinco dias, as suas atenções foram por várias vezes chamadas para casos de ameaças de bomba que se revelaram falsos, mas que contribuíram para aumentar o medo dos que assistiram de perto ou pelos media aos ataques que vitimaram 129 pessoas. 

A poucas horas dos ataques na capital francesa surgiu o primeiro alerta de bomba, sem que fosse assumido como um prenúncio do que iria acontecer. O hotel Molitor, em Paris, onde estava alojada a selecção alemã de futebol, recebeu uma ameaça de bomba por telefone. Uma unidade de minas e armadilhas esteve no local, levando a que 250 pessoas tivessem que ser retiradas do hotel. Após uma inspecção ao edifício, as autoridades deram a unidade hoteleira como segura.

A selecção alemã de futebol participaria no mesmo dia num jogo particular contra França, no Stade de France, onde ocorreria um dos atentados da última sexta-feira. Por razões de segurança, a equipa alemã não regressou ao hotel após a partida e pernoitou no estádio.

No dia seguinte aos atentados em Paris, outra ameaça de bomba. Um avião de passageiros da Air France, estacionado em Amesterdão, foi impedido de deixar o aeroporto holandês com destino à capital francesa, depois de ter sido recebida uma ameaça através do Twitter. O tweet foi publicado em nome de jihadijohn8, nome por que era conhecido Emwazi Mohammed, cidadão britânico tido como um dos líderes do Estado Islâmico. Mais uma vez, a ameaça revelou-se falsa.

Ainda no dia 14 de Novembro, a Torre Eiffel, um dos monumentos mais emblemáticos de França, e a estação de metro Champs de Mars, nas proximidades, eram evacuadas devido a falsos alarmes de bomba no Hotel Pullman, no 15.º distrito. Um forte dispositivo policial realizou buscas em todo o hotel, sem que fosse encontrado qualquer engenho explosivo, o mesmo acontecendo na estação de metro.

Em Londres, registou-se outra situação de possível presença de explosivos. Um homem de nacionalidade francesa, na posse de uma arma de fogo, foi detido depois de ter sido visto a deixar um pacote suspeito numa das zonas do aeroporto. A polícia detonou o objecto, tendo-se verificado que não continha material explosivo.

A 16 de Novembro, nova situação de pânico no centro de Paris. Na Praça da República, onde nos dias seguintes aos atentados centenas de pessoas prestaram homenagem às vítimas, o som de vários estouros levou a que estas fugissem e procurassem refúgio nos estabelecimentos mais próximos. A área foi evacuada mas verificou-se que se tratou de um falso alarme. Os estouros que se ouviram terão tido origem em foguetes.

No mesmo dia, do outro lado do Atlântico, a Universidade de Harvard, em Boston, recebia uma ameaça de bomba através de um e-mail. Os edifícios que compõem o estabelecimento de ensino foram evacuados e impedida a entrada aos alunos até que fosse feita uma busca por uma equipa de minas e armadilhas. "Dados os recentes acontecimentos trágicos em locais como Paris, Beirute e outros, compreendemos que este tipo de ameaça causa uma grande ansiedade", disse na altura a vice-presidente da universidade, Katie Lapp. Nenhum explosivo foi encontrado na instituição norte-americana.

Ainda na última segunda-feira, um alerta de bomba na Rua Joseph II, em Bruxelas, próximo dos edifícios afectos à Comissão Europeia. Um carro mal estacionado, de matrícula francesa, tinha no interior uma mala suspeita. O local foi isolado e, depois de inspeccionada a viatura, a polícia confirmou que se tratava de um alerta falso.

Três dias depois dos atentados em Paris, outro incidente. O encontro particular de futebol entre a Bélgica e a Espanha, que devia ser disputado na terça-feira no estádio Rei Balduino, em Bruxelas, foi suspenso a conselho de um centro de crise belga, que alertou para um "risco real de atentado".

Na última terça-feira, um cidadão norte-americano esteve temporariamente detido em Roma, Itália, depois de a polícia ter considerado que este representava uma ameaça ao Papa Francisco. O homem foi interpelado dentro da sua viatura, de cor preta, com uma arma na mão e vestindo um fato de Halloween. As autoridades emitiram de imediato um alerta de segurança e foi accionado um dispositivo de segurança para garantir que o Papa regressava ao Vaticano sem incidentes. Verificada a arma que o homem tinha na sua posse, confirmou-se que se tratava de um brinquedo. Afastada qualquer suspeita, o homem foi libertado.

Quatro dias após os atentados, o jogo particular entre a Alemanha e a Holanda, previsto para a noite de terça-feira, em Hanôver, foi cancelado por razões de segurança e o estádio evacuado a poucos minutos do seu início. Stephanie Weiss, porta-voz da polícia alemã, avançou que foi encontrada uma mala suspeita no interior do recinto, enquanto o chefe da polícia da cidade de Hanôver, Volker Kluwe, disse "que foram descobertos planos para provocar uma explosão". Mais tarde, a polícia revelaria que não tinha sido encontrado qualquer explosivo.

Esta quarta-feira, novas ameaças de bombas a bordo de voos da Air France. Dois aviões ao serviço da companhia aérea francesa foram divergidos de aeroportos nos Estados Unidos, um para o Aeroporto Internacional Halifax Stanfield, no Canadá, e um segundo para Salt Lake City. Os aparelhos foram inspeccionados depois de alertas de bomba recebidos por telefone, mas nada de suspeito foi encontrado a bordo. Os dois aviões tinham como destino Paris.

Ainda esta quarta-feira, uma carruagem do metropolitano de Lisboa foi evacuada devido à detecção de um “objecto abandonado”. A paragem foi feita na estação de Saldanha, na linha vermelha, tendo sido feita uma inspecção no local. Após a actuação das autoridades, confirmou-se que o objecto não representava qualquer perigo.

Também no metro, mas no de Londres, um alerta levou à evacuação da estação de Tooting Broadway. Um homem munido com uma tesoura terá ameaçado passageiros. Apesar de buscas realizadas no local, o indivíduo não foi encontrado.

Ainda na Europa, desta vez no aeroporto de Copenhaga, uma mala suspeita deixada no terminal 3 obrigou à intervenção das autoridades e à evacuação do local, onde se encontravam centenas de passageiros à espera de embarcar. Além de atrasos nas partidas e chegadas, a mala revelou-se inofensiva.

Esta tarde, a Praça de Cuzco, situada no distrito financeiro de Madrid, Espanha, foi evacuada devido à suspeita da existência de uma bomba dentro de uma mochila colocada no interior de um carro semelhante ao que se utiliza nos supermercados. Após a chegada de uma equipa de minas e armadilhas foi confirmado que não existiam explosivos na viatura. A mochila pertencia a um homem que estava a distribuir publicidade.

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