Portas garante que Portugal mudou de ciclo económico
“Se tivéssemos pedido mais tempo (à troika) estavam a exigir-nos outro memorando e não haveria este momento de confiança no nosso país”.
Paulo Portas assegurou ser ministro de Portugal e não de outro país e que por isso é seu dever “puxar” o investimento para Portugal. Numa jornada dedicada à economia, o vice primeiro-ministro salientou que os “bons” indicadores sobre as exportações e os índices de confiança são as principais diferenças relativamente aos “anos difíceis” e que explicam que o país está a “mudar de ciclo económico”. “2015 será um ano com um crescimento económico bastante mais sólido, acima de 1,5 por cento, de acordo com a última projecção”, disse na visita que efectuou esta sexta-feira a duas empresas no concelho de Nelas (Viseu).
Para o vice primeiro-ministro, Portugal já passou pelos anos “mais difíceis”. “Felizmente que a recessão ficou lá para trás. Ou seja, as coisas ainda são muito difíceis mas nós vamos para um ano económico melhor e isso é o que conta ao fim do dia para as famílias e para os trabalhadores”.
Portas lembrou que no plano das finanças públicas, Portugal passou por “um resgate duro, uma extrema dependência de credores e um memorando que foi negociado em desespero” e que o Governo “fez bem” em ter tido uma “saída limpa”. “Se tivéssemos pedido mais tempo, ainda cá tínhamos a troika, estavam a exigir-nos outro memorando e não haveria este momento de confiança no nosso país”, disse, frisando que Portugal está a atingir um dos crescimentos económicos “mais interessantes da zona Euro”. “Os países que mais vão crescer são, curiosamente, os que fizeram reformas estruturantes como Espanha e Irlanda”, sustentou.
O sinal de que Portugal está a mudar o ciclo económico verifica-se quando, segundo o vice primeiro-ministro, “há cerca de dois anos quando nascia uma empresa, duas desapareciam. Agora quando desaparece uma empresa estão a nascer duas novas”.
Na visita à empresa Aquinos, líder de exportação de sofás e onde inaugurou o novo polo, Paulo Portas apelou também para que haja uma “boa aliança” entre "o melhor do sector privado e aquilo que se deve exigir de mais eficiente às agências públicas". "Qualquer empresário sabe que tempo é dinheiro. A administração pública tem de perceber que tempo é dinheiro, pois se não respondermos a tempo perdemos dinheiro", sublinhou.
O vice primeiro-ministro avisou ainda que o país vive num economia aberta e, “se as empresas têm vontade de investir, mas depois os processos não avançam por causa da inércia, burocracia, divergências ou indefinições, o investidor hoje em dia, com a tecnologia que existe, pode não ficar no nosso país e pode ir para outro lugar". O governante disse também que os investidores devem olhar com cuidado o próximo quadro comunitário de apoio, ter em conta o novo código fiscal de apoio ao investimento e aproveitar a redução do IRC. “Benefícios para quem investe no interior, para quem internacionaliza e para quem inova”.