Maioria chumbou projectos para salvaguardar e nacionalizar PT

PS, PCP e BE queriam travar a "liquidação" da empresa, mas a maioria defendeu a não intervenção do Governo numa empresa privada.

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O PCP e o BE pretendiam travar a “liquidação” da PT SGPS, o PS queria salvaguardar o interesse nacional da empresa. Os projectos de lei do BE e os de resolução do PCP e do PS foram chumbados pela maioria PSD/CDS com o argumento de que se trata de uma empresa privada que não deve ter intervenção do Governo.

“Chocantes” e “irresponsáveis” foram algumas das palavras usadas pelos deputados da maioria para qualificar as propostas feitas pela oposição no dia em que a Oi, a companhia brasileira proprietária da PT SGPS, aprovou a venda desta empresa originalmente portuguesa à francesa Altice.<_u13a_p>

O social-democrata Afonso Oliveira considerou não fazer sentido a proposta de nacionalização da PT feita pelo Bloco de Esquerda por se tratar de uma empresa privada. “São propostas que só surgem por uma opção ideológica, não incorporam nada o tempo em que vivemos, nem o mundo em que vivemos”, afirmou.

Fora do tempo e fora do mundo marcaram também o tom das críticas do deputado do CDS-PP, Hélder Amaral, sobre a proposta bloquista. É “no mínimo irresponsável, ultrapassada na história e no tempo", afirmou, insistindo na irresponsabilidade de “apresentar soluções sem dizer quanto custa”. <_u13a_p>

Em defesa da proposta do BE, Mariana Mortágua assume que é “radical” e que “não tem medo de assumir o que é importante para o país”. “Chega de subserviência aos mercados”, advogou. Menos radical mas também “chocante” para a maioria foi a proposta do PS no sentido de que o Governo devia usar os “mecanismos, através das entidades com participações na PT SGPS, para defesa da PT Portugal, dos trabalhadores e das caraterísticas que fizeram desta empresa uma referência internacional". <_u13a_p>

A “jóia da República Portuguesa”, como lhe chamou o deputado socialista Rui Paulo Figueiredo, pode ainda ser salva. “O Estado ainda pode e deve defender a PT através das participações que tem e pode mobilizar. Através do fundo de resolução do Novo Banco, Segurança Social, Caixa Geral de Depósitos”, defendeu o socialista, considerando que da parte da maioria há um “puro preconceito ideológico” contra a “gestão pública e a presença do Estado em sectores estratégicos do país”. <_u13a_p>

O deputado do PCP Bruno Dias recordou a "forma vergonhosa" como os sucessivos Governos têm "assistido de camarote" aos problemas da PT. Com ironia, o parlamentar referiu que o encontro entre o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e os responsáveis da Altice, não terá sido para falar de “modas e bordados”. <_u13a_p>

“É urgente a suspensão de qualquer negócio", defendeu Bruno Dias, lembrando que ainda há a possibilidade de travar uma operação de alienação, já que ainda tem de ir à Assembleia Geral. “O Estado não pode ter controlo público só quando está na hora de salvar os bancos e os banqueiros”, acrescentou.<_u13a_p>

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