MAS acredita numa coligação às europeias que ambicione referendo ao euro

Partido liderado por Gil Garcia não vai apoiar candidatos do PCP ou BE ao Parlamento Europeu. Mas não está descartada uma coligação, nomeadamente com o MRPP.

A convergência à esquerda do PS para as eleições europeias falhou. PCP e BE têm responsabilidades e o fracasso de uma candidatura ampla tem um beneficiário óbvio: António José Seguro, diz o líder do Movimento Alternativa Socialista (MAS), Gil Garcia, que quer lutar por um referendo ao euro.

Foram cerca de duas horas de reunião com uma delegação do PCP esta sexta-feira. No final do encontro, que não foi divulgado oficialmente por parte dos comunistas, o líder do MAS lamentou o falhanço de uma candidatura ampla do campo político à esquerda do PS nas eleições europeias de 25 de Maio. Mas acrescentou que ainda haverá uma segunda ronda de reuniões com o Livre e com o MRPP.

“Nós lamentamos que não haja essa convergência em relação aos grandes partidos da esquerda, dado que isso coloca o PS como uma alternativa de governo depois destas europeias”, disse ao PÚBLICO no final da reunião.

O MAS defende um referendo à permanência de Portugal na moeda única, objectivo político que partilha com o MRPP e que pode conduzir, diz Gil Garcia, a um entendimento ainda para estas europeias. Mas se ele não existir, o MAS não abdica de apresentar uma candidatura própria ao Parlamento Europeu.

“Se não houver convergência daqueles que discordam do euro, o MAS apresentará a sua candidatura e abrirá as portas da sua candidatura a sectores da sociedade que consideram que o problema do euro é de primeira ordem nas próximas eleições europeias”, sublinhou o dirigente.

Gil Garcia, que rompeu com o BE em 2011, insiste que o PCP e o BE deveriam ser os primeiros a dar um passo no sentido da convergência, sendo claro, no entanto, que não o farão. “Não há reuniões em curso para a convergência entre esses dois partidos. PCP e BE já apresentaram as suas candidaturas autónomas às europeias”, constatou.

O diagnóstico do MAS aponta para o PS como o beneficiário directo da falta de entendimento dos partidos mais à esquerda, facilitando o regresso dos socialistas ao poder, o que pode acontecer já nas legislativas do ano que vem.

“Enquanto o BE e o PCP não derem sinais para essa convergência e se mantiverem divididos estão a contribuir para o regresso do PS”, disse Gil Garcia, não sem acrescentar que a responsabilidade é de “toda a esquerda”.

   

 
 

   





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