Sindicatos de Viana querem conhecer plano de contratações da West Sea

Comissão de Trabalhadores dos estaleiros e autarca de Viana vão a Bruxelas para reuniões com comissário europeu para a Concorrência.

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Mais um plenário nos Estaleiros de Viana Paulo Pimenta

A União de Sindicatos de Viana do Castelo (USVC) foi mandatada, esta segunda-feira, pelos trabalhadores dos Estaleiros Navais (ENVC) para solicitar uma reunião com a administração da nova subconcessionária dos terrenos e infraestruturas da empresa, no sentido de conhecer o plano de contratação previsto pelo grupo português.

O pedido para esta reunião com a West Sea  é um dos pontos da moção aprovada, por maioria, no plenário realizado esta segunda-feira nos estaleiros, convocado pela estrutura sindical.

“Estamos a dar o passo da parte sindical. Hoje mesmo será enviado o pedido de reunião à nova subconcessionária para vermos se há boa-fé neste processo e nós estamos convencidos que há boa-fé”, afirmou aos jornalistas Branco Viana, o coordenador da USVC.

A nova empresa criada pelo grupo Martifer, a West Sea, iniciou quinta-feira passada o processo de recrutamento de 400 trabalhadores previsto para o primeiro semestre deste ano. Até agora, mais de 450 trabalhadores ainda não aceitaram o plano amigável de rescisão dos contratos, ao contrário de cerca de 150 que já assinaram o acordo, processo que envolveu o pagamento de cerca de 10 milhões de euros em indemnizações.

O coordenador da USVC, estrutura que conduzirá os contactos com a Wes Sea, manifestou-se disponível para dialogar e resolver o “problema” dos trabalhadores que permanecem na empresa.

“Os sindicatos sempre admitiram o diálogo e é para isso que eles servem: para falar com todas as entidades patronais e esta não foge à regra.Temos a esperança que uma grande parte destes trabalhadores sejam contratados por uma empresa que venha a continuar a ser de construção e reparação naval como são os estaleiros”, afirmou.

Para o sindicalista, a via do diálogo é, nesta altura, uma “necessidade” para “salvaguardar” o “futuro dos postos de trabalho e dos direitos dos trabalhadores”.

No entanto, reforçou a necessidade de “resistência” às revogações amigáveis dos contratos de trabalho, como forma de “defender os seus direitos”, nomeadamente o fundo de pensões da empresa, para o qual descontaram ao longo dos anos.

Além do plano de contratações, Branco Viana adiantou que o encontro servirá ainda para saber quais são intenções da West Sea relativamente à construção dos dois navios asfalteiros para a Venezuela que continua na carteira de encomendas da empresa pública. Nesse sentido, no plenário, os trabalhadores autorizaram a estrutura sindical a enviar um pedido de audiência ao embaixador da Venezuela em Lisboa, bem como ao ministro da Defesa para discutir o futuro do fundo de pensões e o seu acesso, e ainda o processo de recrutamento por parte da subconcessionária.

Em Bruxelas, a Comissão de Trabalhadores (CT) e o presidente da Câmara participam esta terça-feira em reuniões com o comissário europeu para a Concorrência. A CT desloca-se ao Parlamento Europeu a convite do GUE/NGL (Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde) e por proposta dos deputados do PCP e do Bloco de Esquerda.

Já José Maria Costa vai encontrar-se com Joaquín Almunia na sequência de uma reunião solicitada pelo município em Dezembro passado. Tanto o autarca como os trabalhadores querem saber qual foi a defesa apresentada pelo Governo português na investigação aberta por Bruxelas às ajudas estatais de 181 milhões de euros concedidas à empresa entre 2006 e 2011.

 

 

 
 
 
 
 
 
 

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