Ataque em Bagdad contra líder de milícia iraquiana terá sido executado pelos EUA

Alvo era líder de uma milícia iraquiana que os EUA culpam pelos ataques contra forças norte-americanas no país. Iraque responsabiliza coligação liderada pelos EUA por ataque “injustificado”.

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Um drone terá atingido um centro de apoio logístico das chamadas Forças de Mobilização Popular, um grupo de milícias formalmente sob o controlo do Exército do Iraque EPA/AHMED JALIL
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Um drone terá atingido um centro de apoio logístico das chamadas Forças de Mobilização Popular, um grupo de milícias formalmente sob o controlo do Exército do Iraque EPA/AHMED JALIL
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Um drone terá atingido um centro de apoio logístico das chamadas Forças de Mobilização Popular, um grupo de milícias formalmente sob o controlo do Exército do Iraque Reuters/AHMED SAAD

Os militares dos EUA realizaram um ataque em Bagdad contra um líder da milícia iraquiana que responsabilizam pelos ataques contra forças norte-americanas no país, disse uma autoridade dos EUA à Reuters nesta quinta-feira.

A fonte norte-americana, que falou sob condição de anonimato, disse que o ataque atingiu um veículo em Bagdad e que o alvo era um líder da milícia Harakat al Nujaba, que morreu, juntamente com outra pessoa.

Fontes policiais iraquianas e testemunhas disseram que um drone disparou pelo menos dois rockets no Leste de Bagdad contra um centro de apoio logístico das chamadas Forças de Mobilização Popular, um grupo de milícias formalmente sob o controlo do Exército do Iraque, o que resultou em quatro mortes, incluindo um comandante local do grupo e um dos seus assessores.

Os militares dos EUA foram atacados pelo menos 100 vezes no Iraque e na Síria desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em Outubro. Os ataques foram levados a cabo com rockets e drones.

Os Estados Unidos têm 2500 soldados destacados no Iraque e 900 na vizinha Síria, numa tentativa de impedir o ressurgimento de militantes do Daesh (que se auto-intitula Estado Islâmico).

“As forças armadas iraquianas responsabilizam as forças da coligação internacional por este ataque injustificado a uma entidade de segurança iraquiana”, disse o porta-voz militar do primeiro-ministro Mohammed Shia al-Sudani​, referindo-se ao ataque de quinta-feira.

A declaração descreve o grupo de milícias como uma força que opera com a autorização do primeiro-ministro.

O responsável norte-americano disse que o ataque atingiu o veículo com a intenção de matar o líder da milícia, e que esse objectivo foi conseguido. Imagens de vídeo publicadas por sites pró-milícias mostraram o veículo destruído e em chamas, mas a agência Reuters não conseguiu ainda verificar de forma independente a autenticidade das imagens.

Grupos apoiados pelo Irão no Iraque e na Síria opõem-se à campanha de Israel em Gaza e responsabilizam parcialmente os Estados Unidos.

O primeiro-ministro do Iraque tem controlo limitado sobre algumas facções alinhadas com o Irão, de cujo apoio precisava para conquistar o poder há um ano, e que agora formam um bloco poderoso na sua coligação governamental. Fontes de segurança iraquianas disseram não ter mais detalhes sobre quem poderia ter executado o ataque, enquanto se aguarda uma investigação do Governo.

Os comandantes das milícias iraquianas acusaram os Estados Unidos de realizar o ataque e ameaçaram responder. “Vamos retaliar e fazer com que os americanos se arrependam de ter cometido esta agressão”, disse Abu Aqeel al-Moussawi, comandante da milícia iraquiana local.

No mês passado, os Estados Unidos levaram a cabo ataques aéreos de retaliação no Iraque após um ataque de drones levado a cabo por militantes alinhados ao Irão deixar um militar dos EUA em estado crítico e ferir outros dois.

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