Europa recupera autonomia no espaço com Ariane 6 e lança a missão Hera em 2024

A Europa terá um ano cheio de actividades no espaço. Em 2024, as novidades irão desde o voo inaugural do foguetão Ariane 6 até novos astronautas a entrar ao serviço e vários satélites lançados.

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Descolagem de um foguetão Ariane 5, que se despediu dos lançamentos espaciais em 2023 Stephane Corvaja/ESA

A Agência Espacial Europeia (ESA) tem previsto, para 2024, o regresso autónomo ao espaço, com o voo inaugural do foguetão Ariane 6, a retoma das actividades do foguetão Vega-C e o lançamento da missão de defesa planetária Hera.

A formatura da nova turma de astronautas da ESA, o lançamento do satélite de observação da Terra EarthCare e a inauguração da instalação Luna, um simulador de uma missão ao satélite natural da Terra, são outros dos acontecimentos no plano de actividades da Agência Espacial Europeia para 2024, noticiou a agência Efe.

O grande momento do ano para a ESA será, depois de vários atrasos, o voo inaugural do Ariane 6, previsto entre 15 de Junho e 31 de Julho, um novo foguetão que dará novamente à Europa acesso autónomo ao espaço.

Com este novo foguetão, que se encontra agora em testes finais, será possível chegar à órbita terrestre e ao espaço profundo, o que facilita a navegação europeia, a observação da Terra, os programas científicos e de segurança.

Além disso, serão retomados no Outono os voos do Vega-C, um lançador de tamanho médio que expandirá a autonomia da Europa no espaço, facilitando novas possibilidades de missão, incluindo operações de regresso à Terra com o veículo de reentrada espacial Space Rider.

Da missão Hera até novos satélites

Outro destaque será o lançamento da Hera, missão de defesa planetária e segunda parte de outra chamada DART da agência espacial norte-americana NASA, que em Setembro de 2022 colidiu com um asteróide para desviá-lo.

O lançamento do Hera está previsto para Outubro, descolando de Cabo Canaveral (EUA), a bordo de um foguetão da SpaceX. O seu destino final será o asteróide binário Didymos, para realizar estudos tanto sobre este como sobre o Dimorphos, que foi desviado pela sonda DART.

Já passou mais de uma década desde que a ESA formou os seus últimos astronautas, mas este ano, em Abril, a nova turma finalizará o seu percurso de mais de um ano de formação, sendo composta por cinco titulares.

A actividade da ESA continuará na Estação Espacial Internacional. Em meados de Janeiro viajará Marcus Wandtm, que durante sua primeira estadia será especialista da missão Axiom-3, com quem participará de actividades de investigação e divulgação de microgravidade durante 14 dias.

Além disso, o primeiro astronauta dinamarquês Andreas Mogensen, que está na Estação Espacial Internacional desde Agosto para a missão Muninn, com mais de 20 experiências científicas europeias, vai regressar à Terra no final de Fevereiro.

Vários satélites também estão planeados para serem lançados este ano. Em Maio será a vez do Tierra EarthCare, uma iniciativa conjunta entre a ESA e a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA). Este satélite investigará o papel que as nuvens e os aerossóis desempenham na reflexão da radiação solar incidente de volta ao espaço e na captura da radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra para melhor compreender a evolução da temperatura no nosso planeta.

No Verão, a missão Proba-3 será lançada a bordo de um foguetão da Índia (da Organização Indiana de Investigação Espacial, ou ISRO), com dois pequenos satélites que estudarão a ténue coroa solar e a atmosfera circundante, além de utilizar tecnologias inovadoras para medir a posição com precisão dos dois aparelhos espaciais.

Em Outubro, será inaugurada a instalação Luna, no Centro Europeu de Astronautas em Colónia (Alemanha), projectada para recriar a superfície lunar, fornecer um campo de treino para astronautas e um centro de testes de tecnologia para continuar a avançar em direcção ao satélite natural da Terra.

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