O que é vestuário feminino? Dior responde na Semana da Moda de Paris

A directora criativa Maria Grazia Chiuri reflectiu sobre os códigos do vestuário feminino e masculino, mostrando que a mulher pode vestir o que quiser, das rendas às peças desbotadas.

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Colecção da Dior para a Primavera/Verão 2024 Reuters/STEPHANIE LECOCQ
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Colecção da Dior para a Primavera/Verão 2024 Reuters/STEPHANIE LECOCQ
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Colecção da Dior para a Primavera/Verão 2024 EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON
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,Vestido de casamento
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Ernesto Hoost
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Colecção da Dior para a Primavera/Verão 2024 Reuters/STEPHANIE LECOCQ
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Maria Grazia Chiuri EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON

Afinal, o que é isso de roupa de mulheres? A questão é a base do trabalho apresentado pela directora criativa da Dior, Maria Grazia Chiuri na Semana da Moda de Paris, nesta terça-feira. Para a colecção da próxima Primavera/ Verão, a criadora misturou códigos, entre os ainda convencionados para vestuário masculino e feminino, e casou a alfaiataria com vestidos esvoaçantes em renda preta, a contrastar com as bainhas inacabadas ou desbotadas.

Chiuri não se prendeu apenas aos estereótipos de o que é ser mulher, por exemplo com as silhuetas imaculadas New Look, idealizadas por Christian Dior, em 1947. Optou também por adaptar os códigos à contemporaneidade, revelando transparências e a sensualidade de uma mulher que pode escolher o que vestir. As camisas foram desconstruídas apenas com uma manga, revelando o pescoço e o ombro das modelos, mas mantendo a elegância.

“É uma reflexão sobre a imagem, sobre a narrativa e como construímos ─ de certa forma ─ um estereótipo na nossa mente”, disse a criadora à Reuters, antes do desfile, destaque do segundo dia do evento de moda da capital francesa.

O cenário foi construído com este propósito em mente: uma sala escura com ecrãs de amarelo e rosa garridos, tal como a passerelle iluminada com riscas nestas cores. Trata-se de um trabalho da artista italiana Elena Bellantoni, inspirado pelos anúncios dos anos 1960, que colocavam a mulher num papel caricatural. “Não sou apenas uma mãe, esposa e filha. Sou mulher”, lia-se a letras garrafais num dos cartazes do cenário.

“Usei amarelo e rosa ─ cores usadas nos marcadores fluorescentes ─ porque queria destacar o discurso que tem colocado as mulheres numa gaiola há 70 anos”, explicou a artista visual aos jornalistas no rescaldo do desfile. Todas as estações, a casa de moda convida um artista diferente para criar o cenário. Em Fevereiro, foi a portuguesa Joana Vasconcelos.

Apesar do garrido do cenário, a colecção não se deixou ofuscar e surpreendeu pelas texturas, que deram vida à paleta monocromática, como o caso da malha tricotada que suavizou o peso de uma saia plissada. A subversão de estereótipos foi ainda exemplificada nos saltos agulha, que ganharam forma de sandálias de gladiador, típicas dos guerreiros da Antiguidade, com tiras adornadas com pérolas.

A delicadeza da renda ou dos bordados florais foi combinada com casacos mais brutos, quase vindos do streetwear, uma surpresa na Dior. Destacou-se um casaco em ganga branca desbotada de silhueta exagerada. O desbotado também se viu nas bainhas, como se as peças estivessem velhas, a desfazer-se em franjas. “Gosto muito desta ideia de que o material pode ir mudando com o tempo”, explica Maria Grazia.

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Reuters/pool

Como é costume, o desfile contou com convidados ilustres, das actrizes Charlize Theron ou Jennifer Lawrence à cantora Rosalia. Só faltou a rainha Camila, para quem Chiuri assinou um vestido de alta-costura na semana passada, a propósito da visita de Estado de Carlos III a França.

A Semana da Moda de Paris continua até 3 de Outubro e conta com dezenas de desfiles, incluindo Chanel, Hermès, Louis Vuitton e Saint Laurent.

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