Milhares de britânicos manifestaram-se em Londres pela reintegração na UE

Eurodeputado e antigo primeiro-ministro belga, Guy Verhofstadt, participou e discursou na manifestação organizada pela March for Rejoin.

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Cartaz pró-UE empunhado este sábado em frente ao Parlamento de Westminster EPA/ISABEL INFANTES

Alguns milhares de pessoas manifestaram-se este sábado em Londres pela reintegração do Reino Unido na União Europeia, movimento que esperam que aumente e coloque pressão nos partidos políticos para reverter o “Brexit”.

A chamada “Marcha Nacional pela Reintegração” partiu de Hyde Park, passou pelas ruas do centro da capital britânica e terminou num comício em Westminster Square, a praça defronte do edifício do Parlamento britânico.

“Vamos fazer uma manifestação todos os anos até voltarmos à UE. Muitas pessoas que votaram a favor do ‘Brexit', como os agricultores e pescadores, arrependeram-se e acredito que este movimento vai continuar a crescer”, afirmou à Lusa a co-fundadora da March for Rejoin, Lee Rudd.

Um dos oradores, o eurodeputado belga Guy Verhofstadt, justificou a presença com a necessidade de “dar um sinal de que a Europa está à espera do Reino Unido”, negando cansaço em Bruxelas com os britânicos.

O antigo primeiro-ministro belga admitiu à Lusa que a opinião pública britânica sobre a UE ainda “é volátil", mas acredita que “existe um sentimento grande de que o ‘Brexit’ não funcionou”.

Uma sondagem da empresa We Think mostrou que 62% dos britânicos votariam a favor de reintegrar a UE, contra 38% que prefeririam continuar fora, mas outras sondagens apontam para uma diferença menor entre os dois campos.

Eric, um jovem manifestante com a cara totalmente pintada de azul e decorada com estrelas amarelas, afirmou à Lusa que as manifestações são importantes para “passar a mensagem aos políticos”.

O seu amigo, James, está consciente de que “vai demorar” até o Reino Unido voltar a aderir em pleno à UE, mas acredita que progressivamente haja uma aproximação ao longo dos anos.

“Aderimos aos programas Horizonte e Copérnico há pouco tempo e a certa altura será o programa Erasmus e a EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio). Vai ser gradual até ser lógico voltar a ser membro”, prognosticou.

A saída do Reino Unido da UE foi apoiada por 52% dos eleitores num referendo em 2016 e formalizada em 31 de Janeiro de 2020.

A manifestação pró-UE deste sábado foi aproveitada por grupos de algumas dezenas de pessoas para passar outro tipo de mensagens, como críticas ao imposto sobre os carros mais poluentes em Londres (ULEZ), às vacinas e à anunciada proibição de cães “american bully XL”.

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