O desejo de voltar atrás

Um rapaz viveu na véspera um dia tão feliz que quer voltar para lá. Vai recorrer à ciência e ao avô.

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“Alguns cientistas dizem que há buracos de minhoca no espaço que nos podem levar para trás no tempo. Só tenho de encontrar um (e encolher-me para um bilião de trilião de trilionésimo de centímetro!” Alison Jay
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“Ontem foi o melhor dia de sempre” Alison Jay
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“Quem me dera voltar e fazer tudo outra vez” Alison Jay
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“Flutuei por entre as nuvens e sobre águas revoltas” Alison Jay
,A princesa da chuva
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Capa de À Procura de Ontem, edição da Fábula Alison Jay
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“Ontem foi o melhor dia de sempre”, começa por nos dizer um rapaz ao acordar. E revela-nos o seu desejo: “Quem me dera voltar e fazer tudo outra vez.”

Nas imagens, percebe-se que foi mesmo um dia em cheio: andou de bicicleta, comeu um gelado, lançou papagaios de papel, caçou borboletas, andou de carrossel e de bicicleta e até fez uma fogueira com o avô, onde cozinharam salsichas.

Estas e outras emoções vividas naquele dia fazem-no pensar: “Como é que posso lá voltar?” Imagina-se então a criar uma máquina do tempo ou a construir um “foguetão super-hipersónico”.

E vai investigar: “Alguns cientistas dizem que há buracos de minhoca no espaço que nos podem levar para trás no tempo. Só tenho de encontrar um (e encolher-me para um bilião de trilião de trilionésimo de centímetro!).”

Procura esses “buracos de minhoca” no jardim, mas nada. Decide então recorrer ao avô: “Ajudas-me a encontrar o caminho para ontem?” É então que o avô lhe diz que muitos mais momentos felizes virão. E conta-lhe alguns dos seus melhores dias: “Vi dez mil pássaros voar ao pôr-do-sol… Vi luzes brilhantes cintilar num céu negro… Dancei ao luar com o amor da minha vida… Ri até de madrugada com amigos velhos e novos.”

A aventura de cada novo dia

Ensinando ao neto que os melhores dias criam memórias felizes, incentiva-o a apreciar a possibilidade de uma nova aventura que cada dia nos traz. “Porquê ir à procura de ontem quando podes ser feliz aqui. Hoje!

De modo simples e terno, Alison Jay conta uma história que valoriza as memórias de momentos passados com alegria, sejam da criança ou do adulto. As recordações felizes em comum também servirão para criar aqueles laços fortes que só acontecem entre avós e netos.

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“Deixa-me contar-te como foram alguns dos meus melhores dias” Alison Jay

A autora e ilustradora combina a narrativa com uma expressão plástica colorida, mas não excessivamente garrida, com imagens de aspecto até envelhecido, o que se adequa à passagem do tempo que aqui se invoca.

Formada em Design Gráfico, Alison Jay já trabalhou em animação, publicidade, sector editorial e criação de embalagens. Fez anúncios de televisão para uma marca muito conhecida de cereais e também concebeu a embalagem de uma gama de produtos de higiene para bebés. Colaborou ainda com a Aardman Animation numa longa-metragem.

O seu livro Welcome to the Zoo foi considerado um dos melhores livros do ano de 2009 do Bank Street de Nova Iorque e seleccionado para a Imagination Library de Dolly Parton. Ali, sem palavras, dá-se a conhecer um “hotel para animais”, sem jaulas. Os seus desenhos para a obra Cloth From the Clouds, de Michael Catchpool, valeram-lhe o Santa Monica Green Prize 2013 para o melhor livro ilustrado para jovens. Já foi nomeada duas vezes para o prémio Kate Greenaway.

Nos seus trabalhos de ilustração, usa tinta a óleo de secagem rápida sobre papel. É um verniz de esmalte que adiciona aos seus desenhos que lhe conferem aquele ar envelhecido. Muito bonito.

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