YouTube suspende rendimentos do canal de Russell Brand, acusado de abusos sexuais

Brand deverá ganhar entre duas a três mil libras por cada conteúdo. Sendo que publica cinco vídeos por semana, pode gerar até um milhão por ano, estima o The Guardian.

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Russell Brand, que foi casado com Katy Perry, é acusado de ter abusado de quatro mulheres entre 2006 e 2013 Reuters/SUSANNAH IRELAND
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O YouTube decidiu suspender a monetização da conta de Russell Brand, na sequência das acusações de abusos sexuais contra o actor britânico. Os vídeos da conta continuam activos, mas deixaram de gerar rendimento, o que causará danos nas finanças do comediante, que publica diariamente e acumula 6,61 milhões de seguidores naquela rede social.

Trata-se de um grande volte-face no caso de Russell Brand, que tem negado insistentemente as denúncias de abusos trazidas a público por uma investigação jornalística do The Times e do documentário Dispatches, do Channel 4, exibido no passado sábado, 16 de Setembro. O comediante diz que, “apesar de promíscuas, todas as suas relações foram consensuais” e acusou a imprensa de promover um “ataque” contra ele.

Brand já suspeitava que o YouTube pudesse cortar a capacidade de gerar dinheiro dos seus vídeos e, como tal, transferiu parte dos conteúdos para a rede social rival, o Rumble. Todavia, trata-se de uma plataforma de nicho, longe dos milhões de seguidores que já acumulava.

O YouTube paga aos criadores de conteúdo uma percentagem do dinheiro recebido com as campanhas publicitárias exibidas. “Suspendemos a monetização do canal de Russell Brand por violar a nossa política de responsabilidade do criador. Se o comportamento de um criador fora da plataforma prejudicar os nossos utilizadores, funcionários ou ecossistema, tomamos medidas para proteger a comunidade”, justificou um porta-voz da empresa ao The Guardian.

Apesar de já não trabalhar na comunicação social tradicional, da qual desconfia, o rendimento de Brand continua a depender dos media. Nos últimos anos, tem partilhado vídeos sobre teorias da conspiração apontadas à corrupção na política, à pandemia de covid-19 ou sobre “como os homens estão a ser afectados pelas novas normas de género”.

Ainda de acordo com o The Guardian, Brand deverá ganhar entre duas a três mil libras por cada vídeo (entre cerca 2300 e 3500 euros). Sendo que publica cinco vídeos por semana, pode gerar até um milhão por ano. O actor até podia tentar contornar as regras, criando um canal novo, mas a plataforma não o permite. “Quando um criador é suspenso do programa do YouTube, fica proibido de usar um canal novo ou alternativo para contorna a nossa decisão”, pode ler-se no regulamento.

O “castigo” da rede social surge no rescaldo da Polícia Metropolitana de Londres ter recebido a primeira queixa oficial contra o britânico, nesta segunda-feira. O episódio em questão recua até 2003, quando uma mulher conta ter sido abusada pelo actor na região de Soho, em Londres. Brand, que foi casado com Katy Perry, é acusado de ter abusado de quatro mulheres entre 2006 e 2013.

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