Yvonne Rainer e Vivienne Dick em retrospectiva no Queer Lisboa e no Queer Porto

Os festivais de cinema, que decorrem entre Setembro e Outubro, vão dar protagonismo à obra destas duas artistas veteranas.

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Yvonne Rainer fotografada em 1982 Jack Mitchell / Getty Images
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Os festivais de cinema Queer Lisboa e Queer Porto vão dedicar, respectivamente, retrospectivas à coreógrafa, escritora e realizadora norte-americana Yvonne Rainer e à cineasta irlandesa Vivienne Dick, anunciou esta quinta-feira a organização.

Parte do trabalho de Yvonne Rainer co-fundadora do seminal colectivo Judson Dance Theater e uma das mais influentes coreógrafas do século XX vai estar em foco na 27.ª edição do Queer Lisboa, a decorrer entre 22 e 30 de Setembro na Cinemateca Portuguesa e no Cinema São Jorge.

Em colaboração com a Cinemateca Portuguesa, a 27.ª edição do festival irá percorrer o cinema feminista e queer desta artista com 88 anos, cuja vida e percurso artístico foram também ritmados pelo activismo, num Estados Unidos a braços com o Movimento dos Direitos Civis contra a segregação racial, a segunda vaga do feminismo, os protestos contra a Guerra do Vietname, a contracultura hippie, as mobilizações LGBT.

A obra cinematográfica de Rainer (que em 2017 voltou a passar por Serralves) "enfatiza o experimentalismo" e "desafia formas convencionais na exploração de questões sociais, políticas e de género", lê-se na nota de imprensa. "As suas sete longas-metragens, recentemente restauradas pelo MoMA - Museum of Modern Art [em Nova Iorque] abordam temas provocadores e oferecem perspectivas inovadoras que ampliam os cânones do cinema contemporâneo."

A par desta retrospectiva, o Queer Lisboa contará ainda com um debate sobre a obra interdisciplinar de Yvonne Rainer, em parceria com a BoCA - Bienal de Artes Contemporâneas.

Já a programação da 9.ª edição do Queer Porto, agendado de 10 a 14 de Outubro, apresenta uma retrospectiva do trabalho experimental da cineasta irlandesa Vivienne Dick, 73 anos, que marcará presença no festival. "Vivienne Dick abandona a Irlanda rumo a Nova Iorque durante os anos 1970, onde descobre o universo social e cultural da vanguarda da cidade", refere a organização do festival.

O ciclo No Present. No Future. No Wave vai incluir filmes como Guerillère Talks e She Had Her Gun All Ready (ambos de 1978), nos quais a realizadora "retrata questões relacionadas com a identidade feminina e as normas sociais de género", ou os mais recentes Red Moon Rising (2015) e The Irreducible Difference of the Other (2013), sobre um "mundo orientado para a guerra e o consumo".

Esta retrospectiva irá ainda pôr em diálogo o cinema de Dick com a obra de outras realizadoras e artistas norte-americanas, entre elas Bette Gordon, Beth B, Nan Goldin e Lydia Lunch.

O Queer Porto vai ocupar a Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto, o Maus Hábitos e, pela primeira vez, o Batalha Centro de Cinema.

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