Jacinda Ardern mudou a face da política ao ser eleita a mais jovem chefe de Governo do mundo, em 2017. Em Janeiro, aos 42 anos, abandonou o cargo de primeira-ministra da Nova Zelândia evocando cansaço e falta de tempo para a vida familiar. Agora fez um novo anúncio: vai escrever um livro sobre liderança.
A notícia foi dada por Ardern na sexta-feira, através do Instagram. Na publicação escreve que, nos últimos meses, muitos lhe têm perguntado se irá escrever sobre a experiência na política, os cinco anos na liderança da Nova Zelândia. “Ao início, a minha resposta foi não. Não queria escrever um livro sobre as políticas internas dos últimos cinco anos, mas depois alguém me convenceu que não tinha de o fazer.”
Em vez de lavar roupa suja ou recordar episódios da vida política, Jacinda Ardern tem outra ideia: “Talvez valha a pena expandir algumas das ideias sobre as quais falei na minha despedida — como a ideia de criarmos a nossa forma de liderança e fazer a diferença. E é isso que tenho planeado.”
A ex-governante não revelou mais detalhes sobre a data de publicação do livro, mas acrescentou quem são os editores, o grupo Penguin Random House. “Espero que, quando estiver pronto, seja o tipo de livro que faria a diferença no meu eu de 14 anos”, terminou.
Jacinda Ardern tinha apenas 37 anos quando foi eleita primeira-ministra, tornando-se um exemplo em todo o mundo. Com a sua despedida este ano, também marcou pela diferença, ao admitir não ter a quantidade de energia requerida para estar à altura do trabalho, o qual dizia precisar de “um tanque cheio mais uma reserva”. Então, disse, queria dedicar-se à filha Neve e ao companheiro Clarke.
Mas a neozelandesa não é mulher de cruzar os braços e anunciou que iria juntar-se temporariamente à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, depois de ter sido escolhida para duas bolsas na Escola Kennedy, o instituto de políticas públicas e administração. Está igualmente a trabalhar, de forma voluntária, no combate ao extremismo na Internet.
Ainda este mês, Jacinda Ardern foi agraciada com uma das maiores honras da Nova Zelândia, o título de dama da Ordem do Mérito, pelo trabalho feito durante os tiroteios de Christchurch, em 2019, e na pandemia de covid-19.