PS festeja 50 anos: música e discursos no Rosa Mota, protestos e apupos à porta

A manifestação era esperada e aos professores juntaram-se profissionais de outros sectores. As comemorações dos 50 anos do PS decorrem no Pavilhão Rosa Mota, no Porto.

NEG - 203abril 2023 -  50 aniversario do ps - antonio csta - sanchez - palacio cristal
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Manifestação de professores e de profissionais de outras áreas ficaram à porta do Pavilhão Rosa Mota Nelson Garrido
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Manifestação de professores e de profissionais de outras áreas ficaram à porta do Pavilhão Rosa Mota Nelson Garrido

Muitas centenas de pessoas, na sua maioria professores, estão concentradas frente à porta principal do Pavilhão Rosa Mota, no Porto, em mais um protesto público. Ao mesmo tempo decorre dentro do pavilhão uma iniciativa alusiva às comemorações dos 50 anos do Partido Socialista, que junta milhares de pessoas.

Foi por pouco que os manifestantes não se cruzaram com o secretário-geral do PS, António Costa, que chegou praticamente na mesma altura, acompanhado por Pedro Sánchez, primeiro-ministro de Espanha e presidente da Internacional Socialista, Luísa Salgueiro, presidente da Câmara de Matosinhos, e Eduardo Vítor Rodrigues, que lidera o município de Vila Nova de Gaia. A entrada de António Costa no recinto teve como pano de fundo protestos bem audíveis dos manifestantes impedidos de entrar.

Vigiados por um forte dispositivo de segurança, os manifestantes, que estiveram concentrados desde as 14h na Rotunda da Boavista, desceram em marcha lenta a Rua de Júlio Dinis sempre a assobiar e a gritar palavras de ordem até ao Pavilhão Rosa Mota. Aí chegados, sem bilhete para o evento socialista, foram impedidos de aceder ao recinto.

Além disso, uma das organizadoras da manifestação, Carla Gomes, que é professora de Matemática em Matosinhos, criticou as autoridades policiais por não terem permitido que o camião que iria servir de palco para o protesto integrasse a manifestação, quando estava, segundo disse, tudo acordado com as autoridades e com a Câmara Municipal do Porto. "Não temos camião, mas vamos ficar aqui até logo à noite a lutar pelos nossos direitos", declarou ao PÚBLICO a docente.

Fonte da PSP disse à Lusa que o camião foi proibido de circular por “questões de segurança”. “Esta decisão é uma medida de segurança própria destas situações porque é preciso assegurar que temos corredores de emergência sempre livres", disse fonte do Comando Metropolitano da PSP do Porto.

Enquanto os manifestantes gritavam “o povo a mendigar e o PS a festejar”, dentro do pavilhão muitas centenas de militantes cantavam e saltavam ao som das cantigas de Quim Barreiros, que animou as hostes socialistas enquanto as intervenções não começavam. São esperados discursos do ex-primeiro-ministro da Suécia e actual líder do Partido Socialista Europeu (PSE), Stefan Löfven, do histórico socialista Manuel Alegre e de Pedro Sánchez. António Costa, secretário-geral do PS, encerra a sessão.

Já depois da chegada de António Costa ao recinto, a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, foi interpelada por alguns manifestantes do movimento "Juntos por Portugal" que prosseguiam o seu protesto e, em especial, exigiam entrar. A governante socialista ouviu insistentemente uma pergunta feita por um par de manifestantes que de alguma forma haviam entrado nos jardins do Palácio de Cristal: "Porque é que nós não podemos entrar se estamos em democracia?".

Ana Catarina Mendes foi respondendo sempre da mesma forma, sublinhando que "as pessoas podem e têm o direito de se manifestar".

As comemorações dos 50 anos do Partido Socialista iniciaram-se sexta-feira com um jantar no Pavilhão Carlos Lopes, onde foi notada a ausência de algumas figuras do partido.

Alegre responde a Marcelo

Numa declaração sobre a actualidade política nacional, o histórico socialista Manuel Alegre fez questão de reagir às sucessivas declarações feitas, nas últimas semanas, por Marcelo Rebelo de Sousa sobre uma eventual dissolução do Parlamento.

"O Presidente da República não tem que fazer ameaças, tem o poder de dissolução [da Assembleia da República], se quer dissolver, dissolve", disse Alegre à chegada ao Pavilhão Rosa Mota. "Mas ele não vai dissolver [o Parlamento], porque o PS é um garante da estabilidade política em Portugal", atirou o antigo candidato presidencial.

Também o líder do PSOE e primeiro-ministro espanhol falou à chegada, mas para elogiar o PS. "O Partido Socialista não é apenas a referência da social-democracia aqui em Portugal. É-o também hoje no continente europeu. Nos últimos anos, tem sido um símbolo, em períodos particularmente difíceis para a nossa família política", afirmou, citado pela agência Lusa.

Notícia actualizada com esclarecimento da PSP e declarações de Manuel Alegre e Pedro Sánchez

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