Maria Leonor Cunha (1931-2023), a gulosa dos travesseiros Piriquita

Desde Abril de 1974 que foi a fiel guardiã das receitas da Casa Piriquita, onde há muito começara a trabalhar e a aprender os segredos da pastelaria.

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A "gulosa" Maria Leonor Cunha Casa Piriquita

É fácil de explicar a interminável lista de comentários — e a quantidade de likes e de partilhas — que podemos ler no Facebook da Casa Piriquita, que hoje e durante muitos dias recebe a visita de amigos, condolências, elogios e mensagens dirigidas a Maria Leonor Cunha, "mulher de armas", matriarca e "pulmão" da Casa Piriquita desde Abril de 1974. "Leva um pouco de todos nós e deixa-nos o segredo mais bem guardado desta família".

Nascida a 23 de Dezembro de 1931, em São Pedro de Penaferrim, Sintra, Maria foi a mais velha de quatro irmãos e cedo deixou os estudos para continuar a trabalhar, primeiro a distribuir leite das vacas criadas pelos pais e depois na costura.

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Os famosos travesseiros DR

Acabaria por ser o seu casamento com António Cunha, neto de Constância "Piriquita", a ditar a sua carreira, para todo o sempre ligada à pastelaria. Aprendeu a arte com a sua sogra, fiel detentora do segredo dos travesseiros da Casa Piriquita.

"Trabalharam lado a lado durante mais de duas décadas, sete dias por semana" até à morte de Constância a 9 de Abril 1974, lê-se na história da Casa. Deu-se então a passagem do testemunho.

Maria "trabalhava arduamente, sendo muitas vezes a primeira a chegar e a última a sair. Confeccionava de forma dedicada e exímia todas as iguarias, sem excepção, sendo a principal responsável pela manutenção da qualidade da doçaria".

O site da Casa recorda algumas das frases que ia repetindo no dia-a-dia ("Temos que manter a qualidade pois, caso contrário, ninguém quer cá vir” ou "os bolos da Casa Piriquita não engordam, são light”) e o facto de Maria, uma "gulosa por natureza", degustar a cada refeição pelo menos um bolo da sua pastelaria.

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O segredo mais bem guardado DR

Maria Leonor Cunha trabalhou até Setembro de 2016, porém a sua saúde deixou de lhe permitir fazer aquilo que realmente amava: "a arte da pastelaria e de fazer sorrir o próximo com as delícias que confeccionava". "Não é ao acaso que Leonor rima com amor", lê-se hoje no Facebook.

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