BCE convoca reunião extraordinária para debater a turbulência na banca nos EUA

Turbulência em alguns bancos gera receios de contágio e de uma crise de confiança que pode levar a levantamentos de depósitos, o que poderá arrastar outras instituições financeiras.

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Apesar da situação crítica, o BCE manteve na quinta-feira o seu curso de subida das taxas de juro e aumentou-as em meio ponto percentual Reuters/HEIKO BECKER

O Banco Central Europeu (BCE) convocou para esta sexta-feira uma reunião extraordinária do conselho de supervisão para debater a turbulência no sector bancário dos Estados Unidos. "O conselho está reunido para trocar pontos de vista e informar os membros sobre os recentes desenvolvimentos no sector bancário", afirmou um porta-voz citado pela imprensa alemã.

Já no início da semana tinha havido uma reunião extraordinária devido à turbulência no sector bancário que agita as memórias de 2008 quando os problemas nos EUA levaram a uma crise financeira global.

Agora nos EUA, o banco regional First Republic entrou numa situação difícil porque os clientes levantaram uma grande parte dos seus depósitos, o que criou preocupação após o colapso do Sillicon Valley Bank em 10 de Março e do Signature Bank em 12 de Março.

Na Europa, o banco suíço Credit Suisse tem estado em dificuldades e recebeu uma injecção de capital de 50.000 milhões de francos suíços do Banco Central Suíço para ultrapassar dificuldades de liquidez. O Credit Suisse é um dos 50 bancos considerados "sistemicamente importantes" para o sistema financeiro internacional.

Há receios de contágio e de uma crise de confiança que pode levar a levantamentos de depósitos, o que poderá arrastar outros bancos. Nos mercados bolsistas europeus, as acções dos bancos têm vindo a negociar em níveis mais baixos desde o início da turbulência.

Apesar da situação crítica, o BCE manteve na quinta-feira o seu curso de subida das taxas de juro e aumentou-as em meio ponto percentual. A presidente do BCE, Christine Lagarde, reconheceu que alguns membros do conselho de governadores tinham votado contra a decisão e teriam preferido esperar que a situação no sector bancário se desenvolvesse.

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