Taxa de juro base dos Certificados de Aforro atinge máximo de 3,5%

Subida da Euribor a três meses empurra taxa das subscrições a realizar em Março para o valor máximo fixado para o produto de poupança do Estado.

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Portugueses estão a apostar nos produtos de poupança assentes na dívida pública Nuno Ferreira Santos

Como já se antecipava, a subida da Euribor a três meses atirou a taxa-base de remuneração dos Certificados de Aforro (CA), a subscrever em Março, para o limite máximo fixado para este produto do Estado, os 3,5% brutos (2,52% líquidos). Esta mesma taxa também será utilizada para subscrições anteriores cuja revisão trimestral ocorra no próximo mês.

Em Fevereiro, a taxa-base (a que podem acrescer prémios de permanência a partir do segundo ano) já tinha ficado muito perto do valor máximo fixado, ao atingir 3,403%.

A taxa de remuneração dos CA é composta pela média da Euribor a três meses, fixada nas últimas 10 sessões até ao antepenúltimo dia útil de cada mês (sexta-feira passada), acrescida de 1%. A média da Euribor até já atingiu 2,677%, e a tendência aponta para mais alguma subida (esta segunda-feira fixou-se em 2,716%), mas já não influencia a taxa-base deste produto, cuja remuneração está muito acima da apresentada pelos depósitos bancários.

A beneficiar a rentabilidade deste produto estão os prémios de permanência, que fazem com que subscrições mais antigas atinjam em Março taxas de 4,5% ou de perto de 4,9%.

Recorde-se que na Serie E, a única que aceita novas subscrições, os prémios de permanência vão de 0,5% a partir do segundo e até ao quinto anos, e de 1% do sexto até à data-limite da “vida” do produto, que é de dez anos.

O forte aumento na rentabilidade deste produto tem sido acompanhado por uma subida das novas subscrições. Depois dos aumentos verificados na recta final de 2022, em Janeiro deste ano o saldo acumulado deste produto financeiro aumentou 2909 milhões de euros, para 22.534 milhões de euros, correspondendo ao valor mais alto dos últimos 25 anos, ou seja, desde 1998, o início da série estatística do Banco de Portugal.

Mais concretamente, e segunda dados divulgados esta segunda-feira pelo IGCP, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, as novas subscrições de CA ascenderam a 3014 milhões de euros em Janeiro, e foram resgatados 105 milhões de euros, o corresponde ao saldo positivo de 2909 milhões de euros.

Os dados divulgados esta quinta-feira pelo supervisor mostram que, face a Janeiro de 2022, o aumento de novas subscrições e de capitalização de juros, foi de 10.022 milhões de euros face aos 12.511,82 euros verificados nesse mês.

Depois de vários anos a ver sair mais dinheiro do que aquele que entrava – em grande parte porque o valor negativo da Euribor foi “roubando” rentabilidade ao produto, mas também porque o Estado tinha produtos mais rentáveis, como os Certificados do Tesouro –, a rentabilidade melhorou substancialmente, justificando o regresso dos investidores.

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