Valor aplicado em certificados de aforro atinge máximo de 25 anos

Valor aplicado em certificados de aforro aumentou 2909 milhões em Janeiro. Saldo acumulado do produto de poupança do Estado subiu para 22.534 milhões de euros no primeiro mês do ano.

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Os "velhinhos" certificados de aforro voltaram a crescer Ricardo Lopes

Os portugueses continuaram a canalizar para os certificados de aforro uma parte importante das suas poupanças, atraídos pelas taxas de remuneração bem mais atractivas do que as dos depósitos. Depois dos aumentos verificados na recta final de 2022, em Janeiro deste ano o saldo acumulados deste produto financeiro aumentou 2909 milhões de euros, para 22.534 milhões de euros, correspondendo ao valor mais alto dos últimos 25 anos, ou seja, desde 1998, o início da série estatística do Banco de Portugal.

Os dados divulgados esta quinta-feira pelo supervisor mostram, que, face a Janeiro de 2022, o aumento de novas subscrições e de capitalização de juros, aumentou 10.022 milhões de euros face aos 12.511,82 euros verificados nesse mês.

Depois de vários anos a ver sair mais dinheiro do que aquele que entrava – em grande parte porque o valor negativo da Euribor foi “roubando” rentabilidade ao produto, mas também porque o Estado tinha produtos mais rentáveis, como os certificados do Tesouro –, a rentabilidade melhorou substancialmente, justificando o regresso dos investidores.

A taxa de remuneração dos certificados de aforro (CA) está associada a Euribor a três meses, que tem aumentado significativamente desde o Verão, acrescida de 1%. A este valor ainda poderão acrescer prémios de permanência, que são de 0,5% a partir do segundo e até ao quinto anos, e de 1% do sexto até à data-limite da “vida” do produto, que é de dez anos.

As subscrições de Janeiro foram feitas à taxa bruta de 3,088%, e em Fevereiro à de 3,403% (2,45% líquida), que aproxima a rentabilidade base do máximo fixado pelo Estado, que é de 3,5%, que poderá ser fixado em Março. Estes valores não têm paralelo face aos depósitos a prazo, apesar da melhoria de rentabilidade que se começa a verificar.

Com menor capacidade de atrair poupança estão os actuais certificados do Tesouro (CT), porque a actual taxa de rentabilidade é significativamente mais baixa. O stock acumulado atingiu 14.612 milhões de euros, menos 631 milhões de euros do que em Dezembro e uma redução de 3181 milhões de euros face ao mês homólogo. Grande parte da saída de dinheiro é explicada pelo vencimento de alguns aplicações, que não foi compensado por novas entradas.

Os novos certificados do Tesouro Poupança Valor (CTPV), abertos a novas subscrições, não estão indexados à Euribor, mas sim a uma taxa de juro fixa, que para a média dos sete anos de duração da aplicação se situa em 1%. Contudo, a este valor pode acrescer, a partir do terceiro ano, um prémio em função do crescimento médio real do Produto Interno Bruto (PIB), até ao limite de 1,5%.

No total, entre certificados de aforro e certificados do Tesouro, os particulares tinham em Janeiro 37.146 milhões de euros aplicados nestes títulos de dívida pública. Com Lusa

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