Drone norte-coreano sobrevoou a capital da Coreia do Sul, diz Seul

Exército sul-coreano mobilizou aviões de guerra para abater drones que cruzaram a fronteira e a região norte de Seul e que forçaram a suspensão dos voos nos dois maiores aeroportos do país.

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Coreia do Sul mobilizou a sua Força Aérea para neutralizar os drones norte-coreanos EPA/SOUTH KOREAN DEFENSE MINISTRY HANDOUT

As Forças Armadas da Coreia do Sul acusaram a Coreia do Norte de ter violado o seu espaço aéreo nesta segunda-feira, fazendo pelo menos cinco drones cruzarem a fronteira e sobrevoarem a região noroeste sul-coreana, incluindo a zona norte da capital do país, Seul.

Assim que identificou a presença de “objectos não identificados” em Gimpo, Ganghwa e Paju, na província de Gyeonggi, o Estado-Maior das Forças Armadas da Coreia do Sul (JCS, na sigla original) fez disparos de aviso e mobilizou caças e helicópteros de combate para os neutralizar.

Segundo a agência noticiosa sul-coreana Yonhap, foram disparados mais de 100 tiros contra os drones, mas não foi possível abatê-los. O JCS não confirmou, no entanto, esta informação.

Ainda está por esclarecer se os drones estavam armados ou se se tratava apenas de dispositivos de reconhecimento – semelhantes aos que cruzaram a fronteira entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte em 2014 e em 2017.

O JCS também ordenou a suspensão de todos os voos civis nos aeroportos de Incheon e Gimpo, os dois maiores do país, durante uma hora, e intensificou o patrulhamento em redor da Zona Desmilitarizada, na fronteira, e junto de outras “infra-estruturas militares importantes do inimigo”.

“Tratou-se de um acto de provocação da Coreia do Norte, que invadiu o nosso espaço aéreo. O nosso Exército irá responder devidamente e firmemente”, afiançou o major-general Lee Seung-o, director de operações do JCS, citado pela Yonhap.

O JCS informou ainda que um avião envolvido na missão contra os drones norte-coreanos se despenhou em Hoengseong, cerca de 140 quilómetros a leste de Seul, mas esclareceu que os dois tripulantes escaparam com vida.

Travada entre 1950 e 1953, a Guerra da Coreia terminou com um acordo de armistício, ao invés de um tratado de paz. Nesse sentido, Coreia do Norte e Coreia do Sul continuam tecnicamente em conflito.

Este ano tem sido marcado por constantes ensaios e movimentações militares por parte do regime de Kim Jong-un, considerados “provocadores” pelas autoridades sul-coreanas e pelos seus aliados, como os Estados Unidos e o Japão, que anunciou recentemente o maior aumento em despesas militares desde a Segunda Guerra Mundial.

Com pelo menos 60 mísseis disparados em 2022, os últimos há menos de uma semana, a Coreia do Norte já bateu o recorde anual de testes balísticos e há suspeitas de ter incluído mísseis balísticos intercontinentais nas suas experiências.

Para além disso, Seul receia que Pyongyang se esteja a preparar para levar a cabo um ensaio nuclear, pela primeira vez desde 2017.

No início do mês, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul anunciaram novas sanções económicas a elementos importantes do regime norte-coreano e a algumas empresas e entidades financeiras do país.

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