Presidente da TAP diz que negociações com tripulantes de cabina estão “no bom caminho”

Ainda não está afastada a possibilidade de uma nova greve até ao final de Janeiro, mas a presidente executiva fala em “bons desenvolvimentos”. Em 2023 haverá mais voos para Brasil, EUA e Venezuela.

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TAP vai reforçar voos para os EUA, Brasil e Venezuela Nuno Ferreira Santos

A presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, afirmou esta segunda-feira que as negociações com o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) estão “no bom caminho”. Sem entrar em detalhes, a gestora afirmou que, depois de uma reunião na semana passada, realizou-se outra esta manhã, e que houve “bons desenvolvimentos”.

“Queremos evitar uma [nova] greve, se for possível. É um período crítico” para a operação e para as pessoas, afirmou Christine Ourmières-Widener num encontro com jornalistas. “Acreditamos que é possível um acordo”, acrescentou depois. Questionada sobre se a contabilização da greve marcada pelo SNPVAC para os dias 8 e 9 de Dezembro sempre foi de oito milhões de euros, a gestora explicou que os cálculos ainda estão a ser finalizados mas que será “dessa ordem de grandeza”.

Sobre os passageiros afectados pelos cancelamentos que foram antecipados pela TAP, explicou que houve “uma pequena percentagem” que exigiu o reembolso em dinheiro e que para a maioria foram encontradas soluções para chegar ao seu destino, por via de antecipação dos voos e através de companhias aéreas parceiras da TAP. Houve, também, “alguma inflexão nas reservas” por causa da ameaça de greves, mas já “voltaram a crescer”. No passado dia 15, a TAP anunciou a Teleperformance passava a ser a empresa responsável pelo atendimento ao cliente da companhia aérea.

Para já, continua de pé a possibilidade de o SNPVAC marcar pelo menos outros cinco dias de greve até ao final do mês de Janeiro, tendo como centro de disputa as actuais condições salariais e laborais e o novo acordo de empresa, cuja primeira proposta da TAP foi classificada pelo sindicato de “ultrajante”.

No dia 9, quando fez o balanço da greve, o presidente do SNPVAC, Ricardo Penarroias, afirmou que as relações entre as duas partes estavam “bem piores” do que no momento em que a greve desta semana foi decidida, no início de Novembro. Por parte da TAP, a empresa emitiu um comunicado em que afirmou que o acordo temporário de emergência, assinado no ano passado, é “impossível” de reabrir, “uma vez que isso poria em causa o plano de reestruturação e a recuperação da companhia”.

Olhando para 2023, a presidente executiva da companhia aérea detida pelo Estado vincou que será um ano em que os resultados da companhia terão de ser melhores do que este ano. Para já, adiantou, não há um recuo da procura, pelo que, tal como os seus concorrentes, está a apostar no aumento de capacidade no próximo Verão, o que implica também novas contratações (depois das rescisões por mútuo acordo e do despedimento colectivo).

No encontro desta segunda-feira, a TAP anunciou que vai reforçar as ligações entre Lisboa e o Brasil, os EUA e a Venezuela no próximo Verão. Entre Junho e Setembro, haverá mais 17 voos face ao que aconteceu este ano, “repondo os níveis de oferta pré-pandemia”. Destes 17, dez serão para as ligações com o Brasil (envolvendo Belém, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e S. Paulo), seis para ligações com os EUA (Boston, Chicago, Miami, São Francisco e Washington) e um com a Venezuela (passando a haver três voos por semana entre Lisboa e Caracas). A empresa acrescentou que vai também, “em breve”, anunciar mais voos intercontinentais com ligação ao Porto.

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