Palcos da semana

Memórias de Sassetti em Loulé, Évora cheia de Artes à Rua, Citemor ao centro, Cinalfama no bairro e Jacob Collier nos coliseus.

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Lenna Bahule marca presença na abertura do Artes à Rua, em Évora DR
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Jacob Collier passa por Portugal com a Djesse World Tour DR
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Daniel Bernardes vai a Loulé tocar repertório de Bernardo Sassetti num festival a ele dedicado Sérgio Azenha
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Boca do Inferno, de Luís Porto, é exibido no Cinalfama DR
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Wow, de Sónia Baptista, vai ao palco do Citemor Raquel Melgue

Do Alentejo a África, Artes à Rua

É com uma Revoada que as Artes à Rua tornam a espalhar animação diária (e gratuita) por Évora. Depois de dois anos parado, o festival reabre com este espectáculo inédito, em que África e Alentejo se unem através da cantora moçambicana Lenna Bahule e da viola campaniça da Raia (projecto de António Bexiga), numa “apresentação de voz, cordas, corpo e chão”, descreve a organização.

É o primeiro dos mais de 50 momentos artísticos que vão ocupar ruas, praças e jardins da cidade. Vale música, spoken word, teatro, dança, circo contemporâneo, artes visuais, um festival de mulheres-palhaças...

Entre esses instantes está outra estreia que também é uma união de tradições: da magrebina Soukaina Fahsi com os Cantares de Évora. Ana Tijoux, Maro, Club Makumba, Bateu Matou, Dino D’Santiago, Mário Lúcio & Os Kriols, Scúru Fitchádu, Mão Verde, Pablo Lapidusas, Rui Miguel Abreu e Útero são outros dos artistas em cena.

O regresso do fenómeno pródigo

Tem quatro álbuns de estúdio editados, arrecadou cinco Grammys e é, para o The New York Times, “um assombroso prodígio musical – com canções estranhamente mundanas”. Tudo isto quando ainda está prestes a completar 28 anos.

São estes créditos (e a espera que a pandemia obrigou) que tornam tão aguardado o regresso de Jacob Collier, o one man show inglês que se tornou um fenómeno viral com os seus vídeos musicais em camadas e chamou a atenção de gente como Quincy Jones, que o apadrinhou. Volta a Portugal a bordo da Djesse World Tour.

Um festival para Sassetti

Mário Barreiros Quarteto, Salvador Sobral, Mané Fernandes Trio, Orquestra Jazz de Matosinhos com Manuela Azevedo (cantora que substitui Rebecca Martin, ausente por motivos de saúde), Daniel Bernardes e Trio Jazz Loulé dão concertos em Loulé ao longo de quatro dias. Todos eles – e o de Bernardes em especial – são pautados pela homenagem a um músico que partiu demasiado cedo.

É o Festival de Jazz Bernardo Sassetti a instalar-se na cidade algarvia, naquela que é a primeira de muitas edições, já que o evento se quer anual e também itinerante.

Organizado pela Casa Bernardo Sassetti em estreita colaboração com o Loulé Jazz – que este ano lhe cede o seu lugar no calendário –, conta ainda com jam sessions diárias, uma vertente formativa e o anúncio do vencedor do quarto Prémio de Composição Bernardo Sassetti.

Telas por Alfama

Também a estrear-se na agenda está o Cinalfama, um festival internacional que, como lembra o realizador João Gomes, que assume a direcção, “começou como um grupo informal de cinéfilos que fazia das ruelas de Alfama o seu palco” e agora se perfila como um evento anual “que celebra o cinema e o bairro, convocando realizadores de todo o mundo e dinamizando espaços e recantos esquecidos deste lugar histórico da cidade”.

Nas telas, montadas em lugares como as escadinhas de São Miguel ou o Grupo Sportivo Adicense, são projectados filmes seleccionados entre mais de mil candidatos, com foco particular nos vencedores das nove categorias competitivas.

Entre eles estão Boca do Inferno, de Luís Porto, eleito melhor filme português; 31st of August, de Béatrice Pradal, o melhor de França, o país convidado desta primeira edição; e Dreaming an Island, de Andrea Pellerani, galardoado com o Grande Prémio Cinalfama.

Raízes em novidades

Já o Citemor tem longas raízes no tempo: é o festival de artes performativas mais antigo do país. A 44.ª edição começa com uma estreia: A Sagração da Primavera - Memórias Ternas de Um Afecto Queer, de Dinis Machado. Também Diana Niepce – que tem vindo redefinir a sua arte e fisicalidade depois de um acidente grave – contribuirá com uma nova criação, levando o público para O Outro Lado da Dança.

A antestreia de Noche Cañon de Sofía Asencio, Sónia Baptista com Wow, a exibição informal de Lamento Imenso - Retrospectiva de Rogério Nuno Costa, Jonas & Lander em modo Coin Operated e a Paixão Segundo João de Pedro Lacerda juntam-se ao cartaz.

Há ainda espaço para o colectivo Serrucho testar Interior Noche numa antiga fábrica de mármores, para projectar Cortejo (filme baseado na performance-percurso homónima de Solange Freitas e Tiago Cadete), para Mariana Barassi e Pablo Caruana apresentarem o livro Cuaderno de Montemor e para Gabriel Ferrandini dar um concerto a fechar a cortina.

Notícia actualizada para dar conta da substituição de Rebecca Martin por Manuela Azevedo, no Festival de Jazz Bernardo Sassetti

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