Autora de Como Matar o Seu Marido condenada a prisão perpétua por assassinar marido

Júri considerou Nancy Crampton Brophy culpada de ter matado o marido, Daniel Brophy, a 2 de Junho de 2018, com dois tiros no coração. Sentença conhecida esta segunda-feira.

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Autora conheceu a sentença esta segunda-feira DR

A norte-americana Nancy Crampton Brophy, autora do ensaio Como Matar o Seu Marido, foi condenada a prisão perpétua por ter assassinado o marido. A sentença foi proferida esta segunda-feira, com a mulher de 71 anos a ser considerada culpada de homicídio em segundo grau.

O júri deu como provado que a autora disparou por duas vezes contra o marido com o objectivo de receber o seguro de vida, avaliado em 1,5 milhões de dólares (aproximadamente 1,44 milhões de euros). Daniel Brophy, a vítima mortal, era chef de cozinha e professor no Instituto Culinário de Oregon e esteve casado com Nancy durante 27 anos.

Nancy Crampton Brophy escrevia livros sobre relações que correm mal entre “homens robustos e mulheres fortes” — o que viria a acontecer com a sua. Com títulos como O Inferno no Coração ou O Marido Errado, descrevia como é que uma mulher se podia ver livre do marido, matando-o, sem que a polícia desconfiasse. Deve contratar um assassino profissional ou agir sozinha? Que armas deve usar? Estas eram algumas das questões que explicava num universo supostamente ficcionado, ainda que extremamente detalhado.

A ficção tornou-se realidade quando Daniel Brophy foi encontrado baleado por alunos. Ainda que o júri a tenha considerada culpada, a escritora negou todas as acusações durante o julgamento. Quando se deu como provado que a arma do crime foi uma pistola comprada por Nancy, a autora alegou que a aquisição serviria como um adereço para auxiliar na escrita de um novo livro e servir de inspiração.

O procurador Shawn Overstreet apontou os problemas financeiros da autora como motivação para o homicídio, revelando que o casal discordava sobre os planos para a reforma: a mulher queria passar os últimos dias em Portugal, o marido discordava.

Ainda antes de ser conhecida a decisão de prisão perpétua, a equipa de defesa da autora já tinha mostrado a intenção de recorrer da sentença.

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