O que valorizamos na vida

Numa democracia em que temos o direito de escolher como queremos viver e o dever de respeitar o direito dos outros, poder escolher a forma como queremos morrer parece inevitável.

A nossa esperança média de vida duplicou em pouco mais de um século. Mas estes anos adicionais de vida que o conhecimento nos proporcionou nem sempre são acompanhados com a qualidade prometida e desejada. Muitos são os que têm a consciência clara de que a perda de autonomia, autoestima e dignidade, assim como o sofrimento físico e psicológico que sentem, se irão acentuar no tempo de vida que ainda lhes resta. São múltiplas as narrativas heroicas ou dramáticas que “usamos” para justificarmos o que pensamos sobre este tema. Se, para uns, a resposta evidente são os cuidados paliativos, para outros, é a possibilidade de pôr fim rapidamente a esse sofrimento. Uns criticam a “obstinação terapêutica”, outros a “prepotência da autonomia”. Uns invocam dogmas, outros, questões económicas, e outros relativizam o sofrimento. O diálogo é muitas vezes entre surdos e ilustra aquilo que é expectável numa democracia, nomeadamente a priorização variável dos valores que nos regem.

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