Combate à sida, tuberculose e malária angaria seis mil milhões de dólares em Davos

O Fundo Global de Combate à Sida, Tuberculose e Malária anunciou esta terça-feira, em Davos, que garantiu seis mil milhões de dólares para reverter os retrocessos causados pela pandemia. O director-executivo do fundo aponta a uma diminuição do investimento no combate a estas doenças

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Verbas vão servir para reverter os retrocessos causados pela pandemia da covid-19 EPA/GIAN EHRENZELLER

Um fundo de saúde global arrecadou seis dos 18 mil milhões de dólares americanos que se estima serem necessários para combater a sida, a malária e a tuberculose – e reverter os retrocessos causados pela pandemia da covid-19. O Fundo Global de Combate à Sida, Tuberculose e Malária anunciou esta terça-feira a sua primeira garantia do sector privado à margem do Fórum Económico Mundial, em Davos.

O fundo estabeleceu uma meta de angariação de fundos de 18 mil milhões de dólares entre 2024 e 2026. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que receberá uma próxima conferência deste fundo, já sinalizou um compromisso de seis mil milhões de dólares da parte do estado norte-americano.

As interrupções nos cuidados de saúde causadas pela covid-19 em todo o mundo provocaram retrocessos no diagnóstico e no tratamento destas três doenças mortais, disse Peter Sands, director-executivo do Fundo Global de Combate à Sida, Tuberculose e Malária.

A garantia de investimento de dez milhões de dólares da Comic Relief US desbloqueia também um compromisso de 20 milhões de dólares por parte da Fundação Bill & Melinda Gates.

“A realidade é que a necessidade combater estas doenças não está a desaparecer. Piorou”, afirmou Sands. O mesmo aconteceu com as doações, que mudaram drasticamente desde 2019, quando o fundo atingiu os 14 mil milhões de dólares.

O director-executivo apontou a pandemia, a guerra na Ucrânia e as contrariedades económicas como factores que afectam o investimento no fundo. Os governos ainda estão em transição das despesas orçamentais com a covid-19 e alguns estão neste momento a estabelecer compromissos de apoio financeiro para ajudar a Ucrânia, como Portugal.

As doações do sector privado também estão a sofrer impactos pelas recentes perdas do mercado. “É um momento desafiante para angariar grandes valores monetários”, concluiu Sands.

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