Dia Internacional da Educação: A celebração da diversidade e da inclusão

Fica o desafio de trazer, para dentro da escola e para dentro da sala de aula, modelos centrados na diversidade para a aprendizagem e na inovação para a inclusão.

Na data em que se comemora o Dia Internacional da Educação, lembrando o mote da UNESCO para o dia de hoje, “Changing Course, Transforming Education”, importa assinalar algumas das conquistas feitas na educação em Portugal, sinalizando aspetos de (necessária) transformação e mudança.

Em primeiro lugar, assinalar o caminho trilhado para a conquista de uma educação cada mais inclusiva que assume o valor da diversidade. Muitas vezes se levantam vozes afirmando que “a educação não muda por decreto”. De acordo! Contudo, não posso deixar de assinalar que a publicação do Decreto-Lei n.º 54/2018, relativo à educação inclusiva nas escolas portuguesas (a par de outros documentos e iniciativas), constituiu uma oportunidade para repensar conceções e práticas das escolas e dos seus profissionais.

Foi, e continua a ser, um processo de desafios e dificuldades, mas também instigou importantes debates em torno da diversidade, do seu valor nas escolas e na sociedade. Alargou-se a compreensão de que falar em educação de qualidade é falar de uma educação para todos, onde a diversidade nas suas múltiplas dimensões está presente, evocando a atenção a pessoas que se encontram em maior risco de exclusão ou desvantagem pelas mais variadas razões. Neste momento, podemos dizer que estamos a meio do caminho e, por isso, fica o desafio de trazer, para dentro da escola e para dentro da sala de aula, modelos centrados na diversidade para a aprendizagem e na inovação para a inclusão.

Em segundo lugar, destacar o lugar da presença e da pertença a uma escola, a uma comunidade, em tempos em que se assinala a centralidade da saúde psicológica e bem-estar na vida dos indivíduos. Mais do que nunca é fundamental construir e manter relação e, deste modo, contribuir para o sentido de conexão e de pertença dos alunos à escola. Muitos exemplos têm sido dados por escolas, professores, alunos, famílias e comunidade. Aproximar cada um da escola (mesmo em tempos de distanciamento físico) e valorizar a diversidade nas aproximações e relações aumenta o sentido de pertença. Fica mais um desafio. Cada escola deve, pois, desenvolver mecanismos diversos de participação e de envolvimento dos diferentes intervenientes na vida da escola e nas suas decisões, promovendo a colaboração e a interação pelos meios disponíveis.

Em terceiro lugar, e por último, ouvir os alunos. A 14 de julho de 2021, o Conselho Nacional de Educação apresentou uma recomendação sobre “A voz das crianças e dos jovens na educação escolar”. Um documento de leitura e de exercício obrigatórios por assinalar o direito de todas as crianças e jovens a terem “oportunidade para exprimir as suas ideias e opiniões ao longo de todo o processo educativo, bem como de verem a sua participação ser respeitada e considerada em todas as opções que lhes digam respeito”. Hoje, em muitas escolas, ouvimos a voz de muitos alunos. Fica o desafio, no dia que hoje se celebra, de em todas as escolas ouvirmos a voz de todas as crianças e jovens.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários