Embaixada cubana em Paris atacada com cocktails molotov

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba condenou o que classificou como um “ataque terrorista” e acusou os EUA de encorajarem actos de “violência e ódio contra o país”. Autoridades francesas abriram uma investigação e reforçaram a segurança.

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A embaixada cubana em Paris foi atacada com "cocktails molotov", incendiando uma fachada e a entrada do edifício IAN LANGSDON/EPA

A embaixada de Cuba em Paris denunciou esta terça-feira que o seu edifício foi alvo de um “atentado terrorista”, depois de dois indivíduos não identificados terem atirado três cocktails molotov contra o edifício. Os engenhos explosivos causaram danos, mas não feriram nenhum funcionário diplomático, segundo as autoridades. 

O ataque, perpetrado na noite de segunda-feira, causou incêndios na fachada e na entrada do edifício, mas os funcionários conseguiram apagar as chamas e a polícia chegou depois ao local. Foram, ainda assim, reportados danos materiais.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros cubano publicou na sua conta do Twitter fotos dos danos causados no edifício. Condenou, ainda, o ataque: “As pessoas que são directamente responsáveis por estes actos são as que incitam à violência e ódio contra o nosso país”.

Já o ministro dos Negócios Estrangeiros cubano, Bruno Rodríguez foi mais longe e apontou o dedo aos EUA, afirmando que tais actos tinham sido “encorajados pelo Governo dos EUA contra o nosso país”.

Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês confirmou e condenou o ataque, “que causou danos materiais, mas nenhuma vítima”. O comunicado acrescenta que está a ser realizada uma investigação para determinar os seus autores e respectivos motivos. Foram também adoptadas “medidas para reforçar o dispositivo de segurança nos arredores da Embaixada”.

As embaixadas cubanas em muitas cidades por todo o mundo têm sido alvo de manifestações tanto contra como em apoio ao Governo cubano, em reacção aos protestos que eclodiram na ilha a 11 e 12 de Julho. O movimento foi impulsionado pela gestão da pandemia, pela crise económica e pelas restrições das liberdades civis.

No domingo, os ministros dos Negócios Estrangeiros de vinte países, incluindo os EUA, emitiram um comunicado onde manifestaram a sua preocupação pelo povo cubano e condenaram as detenções colectivas que ocorreram em Cuba a partir de 11 de Julho. O documento afirma que milhares de cubanos saíram por “toda a ilha” para “exigir pacificamente as suas liberdades fundamentais e um futuro melhor, e o Governo cubano respondeu com violência”, refere o texto.

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