Escola proíbe aluna de usar saia “demasiado” longa e ameaça processar pais pelas faltas

O regulamento da escola inglesa impõe um uniforme adquirido a um fornecedor específico. Mas uma aluna, muçulmana, recusa-se a usar uma saia plissada pelos joelhos.

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A família diz que é a menina que se recusa a usar a saia mais curta Chen Feng/Unsplash

O regulamento da Uxbridge, uma escola que acolhe alunos entre os 10 e os 18 anos na zona ocidental da periferia de Londres, exige que os alunos usem uniforme: blazer preto e calças a condizer. Excepto as raparigas que, caso o desejem, podem usar saias plissadas pelo joelho, desde que compradas directamente ao fornecedor de uniformes. No entanto, o tamanho demasiado longo da saia de uma rapariga acabou por ditar a polémica.

Com 12 anos, Siham Hamud recusou tanto as calças como a saia pelo joelho e passou a apresentar-se na escola com uma saia preta pelos tornozelos. No entanto, a indumentária não passou despercebida e, em Dezembro, vários professores mandaram-na para casa antes do fim das aulas, avisando-a que só deveria regressar com o uniforme apropriado.

Porém, a rapariga recusa-se a usar uma saia mais curta, considerando ter sido intimidada pelas suas crenças religiosas – e começou a faltar às aulas.

Agora, os pais enfrentam uma acusação pelo facto de a filha estar a faltar sem justificação. “A escola ameaçou tomar medidas legais contra mim, mas não estou a forçá-la a usar uma saia mais comprida – é a sua fé e a sua decisão”, defende-se o pai, Idris Hamud, de 55 anos, que sublinha que “ela costumava adorar a escola”. “Agora vai à escola a chorar por causa disto – é de partir o coração.”

No entanto, defende que as saias curtas violam as crenças religiosas da família e que a sua filha se tinha recusado a frequentar a escola. A aluna, citada pelo The Guardian, afirma sentir-se excluída: “Não me aceitam pela minha religião e isso é errado.”

A regra do uniforme foi alterada há dois anos, e consta no site oficial da escola, mas os pais de Siham alegam só ter tomado conhecimento recentemente uma vez que a filha mais velha frequentou a mesma instituição sem quaisquer problemas em relação ao comprimento das suas saias.

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