Conselho das Escolas Médicas exige medidas mais duras no combate ao coronavírus

Faculdades de Medicina defendem encerramento total de actividades não essenciais e realização maciça de testes.

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Escolas médicas defendem realização maciça de testes daniel rocha

O Conselho de Escolas Médicas Portuguesas (CEMP), que reúne todas as faculdades de medicina, reuniu-se na quarta-feira e delineou algumas recomendações. A saber: tornar obrigatória a quarentena de 15 dias para todos os cidadãos que entram em Portugal provenientes de outros países; o encerramento de fábricas, actividades de construção civil e outras que permanecem em funcionamento e não são consideradas essenciais; e a realização maciça de testes.

A quarentena é uma medida “fundamental para garantir o esforço de contenção que se tem estado a fazer”. Quanto à realização de testes, esta vai permitir detectar mais casos, identificando e isolando fontes de contágio e, assim, retardando a epidemia. “Esta estratégia tem resultados bem demonstrados noutros países, como seja a Coreia do Sul”, refere o CEMP em comunicado a que o PÚBLICO teve acesso.

Recomenda-se ainda o teste de rotina em algumas profissões de risco, em particular os profissionais de saúde. “Está demonstrado que aumentando 3x o número de testes diários em Portugal, em relação aos valores actuais, pode, nos dez dias subsequentes, reduzir cerca de 900 internamentos, com os respectivos impactos na disseminação da doença, bem como na sobrecarga das instituições de saúde”, explica.

É ainda pedido que o orçamento do Ministério da Saúde seja reforçado a fim de investir no “reequipamento adequado das estruturas de saúde”. O CEMP está preocupado com a inexistência de material suficiente de protecção para os profissionais de saúde, o que tem contribuído para o número muito significativo de profissionais de saúde já infectados. 

O conselho recomenda ainda uso generalizado de protecção individual, como máscaras pela comunidade, a fim de reduzir o risco de contaminação e dá os exemplos de países como a China, Macau, Taiwan, Singapura, Coreia do Sul, onde o uso das máscaras terá contribuído para a contenção da pandemia. “Claro que tal implica a existência duma reserva de máscaras para a população, o que se recomenda fortemente, bem como de uma atitude pedagógica de explicação do uso das mesmas, à semelhança do que foi feito noutros países com grande sucesso”, diz o comunicado.

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