Há portugueses em 45 países à espera de regressar

De Itália, país que ultrapassou a China em número de mortos pelo coronavírus, já voltaram 260 estudantes portugueses de Erasmus, o maior contingente de regressados.

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Há portugueses em quarentena durante viagens de turismo Andre Rodrigues

Em 45 países, há cidadãos portugueses que contactaram as embaixadas e consulados para regressar ao nosso país. Esta era a listagem, ao princípio da tarde desta sexta-feira, feita na Secretaria de Estado das Comunidades, referindo-se a um universo díspar de turistas, estudantes do programa Erasmus e trabalhadores. Uma lista sempre em evolução.

A pandemia do novo coronavírus cortou as férias e deixou vários turistas portugueses em situação aflitiva. No Chile, há dois nacionais, ambos com mais de 70 anos, em quarentena num cruzeiro, cuja evolução é acompanhada pelos serviços consulares. E levou o PSD a requerer esta sexta-feira uma audição de urgência ao ministro dos Negócios Estrangeiros, o que Augusto Santos Silva aceitou três horas depois.

Em Chipre, é seguida a situação de uma cidadã nacional que está em isolamento por ter contactado com uma pessoa infectada pelo novo coronavírus. O mesmo ocorre na Índia com um piloto português da companhia aérea GoAir, também em quarentena depois de contacto com um passageiro cujo teste deu positivo.

Nas Maldivas, seis portugueses, em quarentena, são referidos na lista da secretária de Estado Berta Nunes como estando a receber apoio consular.

Há mais casos marcados pela urgência da pandemia. Na Argentina, 31 turistas portugueses estão à espera de alternativa para sobrevoar o Atlântico e regressar a casa. O mesmo acompanhamento é prestado a 30 que estavam de férias Filipinas e querem voltar.

Esta lista inclui destinos exóticos: dez turistas e o seu guia, todos de nacionalidade portuguesa, pretendem regressar da Mongólia o mais cedo possível. Um caso menos conhecido do que o dos 329 turistas nacionais no Peru à espera de repatriamento.

Ou do apoio consular aos sete tripulantes portugueses do navio de cruzeiros Grand Princess, que estão nos Estados Unidos. Se em Marrocos há 70 à espera de regressar, depois de o reino ter cortado as ligações aéreas com Portugal, já outros 160 ultrapassaram esta dificuldade e aterraram em Lisboa no dia 15 de Março, domingo.

Noutros casos, o regresso não envolveu directamente os serviços consulares, como aconteceu com os 106 trabalhadores portugueses na Argélia, cujo regresso foi resolvido pela empresa que fretou um aparelho.

Erasmus pela Europa

Noutros 32 países, no âmbito do programa Erasmus há centenas e centenas de estudantes portugueses. A contabilidade feita na tarde desta sexta-feira às suas reclamações, desejos e situações é a seguinte.

Na Alemanha, 68 saíram e outros 13 aguardam pelo regresso. Na vizinha Áustria, 27 voltaram a Portugal, mas 19 manifestaram aos serviços consulares a vontade de ficarem.

Na Bélgica, 55 saíram e 29 permanecem, enquanto na Bulgária seis regressaram, oito ficam e um pediu apoio consular.

Em Chipre, na Croácia, na Dinamarca e na Eslováquia, a contabilidade oficial desta sexta-feira aponta para 95 estudantes contactados, mas sem decisão tomada sobre o seu futuro imediato.

Já na Eslovénia, 43 saíram, 40 permanecem e dez pediram apoio à rede consular. Em Espanha, onde a pandemia galga sem cessar, 203 estudantes portugueses abandonaram o projecto Erasmus, 70 por lá ficam.

Em França 73 estudantes optaram por regressar a casa e dez solicitaram apoio. Particularmente gritante, é a situação que se vive em Itália, país que já ultrapassou a China no número de mortos pelo coronavírus: 260 estudantes portugueses do Erasmus voltaram, o que é o maior número dos regressados, 83 pretendem ficar e 30 pediram apoio aos serviços consulares.

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